Mais uma vez, é um engenheiro quem assume funções como reitor da Universidade do Porto. A tomada de posse de Sebastião Feyo de Azevedo decorreu na manhã desta sexta-feira. Na cerimónia discursou a representante do Conselho de Curadores da UP, Maria Amélia Miranda e o presidente do Conselho Geral, o juiz conselheiro Alfredo José de Sousa.

Após ter sido imposto pelo juiz conselheiro, Feyo de Azevedo lembrou a importância da UP desde muito cedo e o papel da mesma na região, em Portugal e a nível internacional, ainda que com consciência das “imensas dificuldades com que a nossa sociedade se debate, no plano social, no plano económico e no plano político”. Ainda assim, deixa uma mensagem de confiança no assumir das suas funções, principalmente para os jovens. “Importa refletir que, na vida universitária, o que se vê hoje é o resultado de muitos anos de esforço, de trabalho e construção coletiva”, afirmou.

O novo reitor da UP deixou uma “promessa de trabalho aberta para a comunidade” e apelou ao ministro da Educação e da Ciência para que “seja possível, ao Governo e ao poder legislativo, encontrar quadros legais de governação e gestão do quotidiano, mais consonantes com a complexidade e dimensão da atividade”. Feyo de Azevedo lembrou, também, a ligação da Universidade à Câmara Municipal do Porto.

Equipa reitoral

A próxima equipa a assumir funções pela Universidade do Porto terá professores das diversas faculdades como vice-reitores. Os vice-reitores são Maria de Fátima Marinho, da FLUP, que está encarregue pelo pelouro das Relações Externas e Cultura; Maria João Ramos, da FCUP, responsável pela Investigação e Desenvolvimento; Pedro Teixeira, da FEP, pelo pelouro da Formação e Organização Académica; Rui Ramos, da FAUP, pelo Património Edificado, Desenvolvimento Sustentável e Bem-Estar; José Ferreira, da FEUP, pelo pelouro da Gestão da Informação, Tecnologias Educativas, Qualidade e Melhoria Contínua.

Os pró-reitores são Carlos Brito, da FEP, no Gabinete do Reitor, incluindo Relações com Empresas, Inovações e Empreendedorismo; Fernando Remião, da FFUP; Manuel Fontes de Carvalho, da FMDUP; e Patrícia Teixeira Lopes, do Planeamento Estratégico e Participação Empresariais.

Sebastião Feyo de Azevedo pretende atuar na área internacional, social e cultural. O papel da Universidade foi enfatizado, quer na dimensão nacional, quer na dimensão internacional que ocupa. Para além de acolher mais de 33 mil estudantes – 10% dos quais de doutoramento – oferece mais de 600 programas de formação, das licenciaturas aos doutoramentos. É responsável por mais de 23% dos artigos científicos portugueses indexados com universidades estrangeiras, aprovados ou em preparação, e é cotada nos mais importantes rankings internacionais de Ensino e Investigação Científica.

“Globalmente, a Universidade não está em rutura”

Após a cerimónia, o reitor falou ainda aos jornalistas sobre as dificuldades económicas que as universidades atravessam neste momento, mas afirma que “a Universidade tem capacidades para superar as dificuldades”. “Globalmente, a Universidade não está em rutura. Tenho confiança de que a Universidade vai sobreviver e vai manter-se em muito bom nível”, referiu.

O ministro da Educação e da Ciência, Nuno Crato, foi ao encontro das declarações de Feyo de Azevedo e afirmou que “as universidades não têm problemas de rutura financeira”, nem relativos ao Tribunal Constitucional (TC), nem ao reforço de 30 milhões de euros que vai ser reposto, de acordo com Nuno Crato, na próxima semana. “Posso garantir que as universidades, neste momento, não têm problemas de rutura financeira. O que vai acontecer é que podem pedir um reforço da dotação disponível, que é algo que a secretaria de Estado do Orçamento despacha quase automaticamente e, através disso, cumprir o que foi decidido pelo TC”, esclareceu o ministro.