GovFaces é uma rede social concebida para possibilitar a comunicação entre os cidadãos e os políticos, nomeadamente os membros da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu.

O GovFaces possibilita a “interação direta e significativa entre os cidadãos e os seus representantes eleitos”, através de um “fórum em que os políticos podem responder às ideias, perguntas e comentários dos cidadãos, tanto em texto como em vídeo”. “GovFaces é o próximo passo na aproximação dos cidadãos aos seus políticos, dando voz a todos e fornecendo um espaço neutro para a discussão”, pode-se ler no site.

A plataforma, lançada a 3 de março deste ano, tem mais de 30 membros do Parlamento Europeu, de 16 países diferentes, ativos no site. Segundo o site, mais de mil cidadãos de vários países membros da União Europeia (UE) estão inscritos no GovFaces.

Todos os políticos eleitos nas últimas eleições europeias têm perfis, onde é possível ter acesso a informações e conteúdos. O fórum é regulado através de um sistema, em que os usuários podem votar positivamente ou negativamente nos tópicos, fazendo com que apareçam de uma forma mais ou menos destacada no perfil do político.

Eurodeputados portugueses ainda não aderiram

Nos perfis dos políticos portugueses já várias pessoas deixaram perguntas que continuam sem resposta. “Deverá a UE estar preocupada com a atual subida dos partidos/grupos nacionalistas que pretendem sair da UE?”, pergunta o utilizador Eduardo Magalhães ao social-democrata Paulo Rangel. “A emigração portuguesa conheceu uma nova grande vaga nos últimos anos devido à crise económica que vivemos. Como lidar com a fuga de cérebros? Como beneficiar da diáspora para desenvolver o país?”, pergunta Liliana Fonseca a Marinho e Pinto.

Paulo Rangel, Francisco Assis, João Ferreira, Marinho e Pinto e Marisa Matias, e todos os outros eurodeputados portugueses, já têm perfis no site, mas ainda nenhum participou nas discussões.

Apesar de o número de políticos ativos no site ainda ser pequeno, os poucos que já o são provam a utilidade da plataforma. Marc Tarabella, do Partido Socialista belga, por exemplo, não só respondeu a quase todas as questões que lhe colocaram, como o fez maioritariamente em vídeo. Também María Izaskun Bilbao, política espanhola do Partido Nacionalista Basco, respondeu a várias questões dos utilizadores, nomeadamente utilizando a plataforma como um elemento de campanha.

Questionada sobre a distância entre os políticos e os cidadãos europeus e a sua opinião sobre o GovFaces, Izaskun Bilbao diz: “Creio firmemente que este projeto consiga, pelo menos, abrir um caminho para uma aproximação. Devemos aproximarmo-nos das pessoas, escutá-las, ouvi-las e discutir com elas para encontrar soluções. Temos que encontrar novas formas de fazer política. E a política está a serviço dos cidadãos”.

Michele Caracciolo, do GovFaces, explicou ao JPN que o a rede social “é uma empresa privada e independente”, que “não recebe fundos de nenhuma instituição da UE”. No entanto, questionada sobre como o site pretende encorajar uma maior participação por parte dos políticos, diz que não comenta futuros planos.