Skrillex era o nome mais vezes encontrado em t-shirts e cartazes no segundo dia do festival, mas a verdade é que o concerto acabou por presentear apenas os fãs mais leais da banda, já que a chuva intensa que se fazia sentir afastou muita gente da atuação do americano, o nome maior do género dubstep a nível mundial.

A atuação, que conteve novos temas bem como faixas antigas, como “First Of The Year (Equinox)” ou “Bangarang” acabou prejudicada pela falta de público, que preferiu abandonar o festival depois do concerto de James, para fugir à chuva, ou dançar no palco secundário, cuja zona destinada à plateia era coberta e onde alguns DJs tentavam animar o que restava da noite.

Para quem ficou, no entanto, valeu a pena. O DJ norte americano estreou-se em Portugal com um concerto repleto de efeitos especiais e quase duas horas de energia da parte de Skrillex, complementada com os efeitos de fumo, luzes e vídeo.

James brilhou antes do dilúvio

James é uma banda que dispensa apresentações. Os britânicos já venderam mais de 25 milhões de discos numa carreira que começou em 1982, e a atuação da banda não podia ter começado melhor, com Tim Booth, o vocalista, a abrir o concerto a partir da plateia, a reboque do trompetista. Uma proeza que agradou aos festivaleiros, que fizeram de tudo para se aproximarem ao máximo de Booth e tirarem uma fotografia ao “carequinha”, como lhe chamavam alguns festivaleiros, fãs incondicionais da banda.

O concerto estava a ser filmado em palco, algo explicado pelo vocalista por “já saberem” que o público em Portugal é “selvagem”, algo que a banda pôde constatar recentemente em 2012, no Rock In Rio.

Quanto à música, “Come Home” e “Say Something” foram pontos altos da atuação, que começou morna, com temas do recente álbum “La Petit Mort”, antes dos clássicos mais reconhecidos pela plateia, “Sit Down” e “Laid”, não terem deixado ninguém indiferente, levando o público presente no Cabedelo a saltar, dançar e cantar com Tim Booth.

O concerto acabou por ser o que mais público recebeu, já que na reta final do concerto, a chuva não facilitava a vida dos que tentavam assistir aos concertos, tornando-se mais e mais intensa.

James Arthur merecia mais que os fãs

O britânico James Arthur, cantor pop que venceu o concurso de talentos X Factor em 2012, cativou a primeira enchente da noite, embora a chuva tenha afastado os menos entusiastas.

Uma cover de “Waiting All Night”, música de Rudimental que é presença assídua nas rádios nacionais, foi um dos pontos altos da atuação do britânico, que conseguiu ainda misturar um trecho de “Cry Me A River”, de Justin Timberlake, no meio de “You’re Nobody ’til Somebody Loves You”, outra faixa bem conhecida do público.

A energia de Arthur, ora a cantar, ora a tocar guitarra e a acompanhar a banda que trouxe ao Marés Vivas, durante os momentos mais intensos de cada música, foram a grande força da atuação, que teve “Roses” como o primeiro grande tema, fazendo suspirar muitas fãs presentes no recinto.

Contudo, era impossível fugir ao inevitável, e “Impossible” foi o clímax de um concerto em que “Recovery”, “Is This Love” e “Get Down” foram as músicas mais bem recebidas por uma plateia vasta, mas no geral morna e sem vontade de dançar, à exceção das fãs incondicionais do britânico, que faziam questão de gritar sempre que o cantor interagia com o público.

Clã tiraram as teimas

Depois das atuações de Plaza e João Só no palco secundário, que puseram os festivaleiros mais pontuais a mexer, foi a vez dos Clã abrirem o palco principal com um concerto que oscilou entre os clássicos da banda e as músicas do álbum mais recente, “Corrente”, além da parceria com Ana Moura, em especial na faixa “Até Ao Verão”, do álbum Desfado de Ana Moura.

O single do novo álbum, “A Paz Não Te Cai Bem”, pode ser recente mas já está na ponta da língua de muitos fãs da banda, que puderam acompanhar Manuela Azevedo durante músicas como “Asas Delta”, “Tira A Teima” ou “Sopro do Coração”, cujo refrão foi cantado a plenos pulmões pelo público presente no Cabedelo.