Sempre que procuravam informação online nas áreas de programação e 3D, Diogo Cró, John Sousa, José Alberto Silva e José Diogo Camacho esbarravam no mesmo: tutoriais em inglês. Foi para contrariar esta tendência – que era sentida pelos quatro estudantes da Universidade da Madeira e pelos colegas no curso de Engenharia Informática – que os jovens criaram a Lastbyte Tutorials, uma plataforma onde se pode aprender a trabalhar informalmente com programas informáticos.

“Era sempre muito difícil encontrar informação em português e sentíamos que era importante que isso mudasse”, começou por dizer ao P3 José Alberto Silva, 36 anos, o mais velho do grupo de estudantes de vinte e poucos anos. A Lastbyte Tutorials, online desde o início do mês, conta para já com três cursos: C++, Java e Adobe Premiere. Cada curso será composto por vários vídeos, onde a dificuldade vai crescendo de aula para aula.

O objetivo é que seja “acessível a qualquer pessoa” – seja ou não da área informática. “Adotámos uma linguagem comum que toda a gente percebesse e um tom informal e descontraído”, explicou José Alberto Silva, que concilia os estudos com trabalho.

Os jovens da Universidade da Madeira não têm um plano traçado no que à frequência de publicação diz respeito (“Somos todos estudantes, dependerá sempre da disponibilidade que formos tendo”), mas já têm pensada a gravação de tutoriais sobre programas como javascript, mysql, php, programação em ambiente móvel, Maya, ZBrush, 3Ds Max, entre outros. Em breve, vão disponibilizar os cursos de C++ e Java também em inglês.

O território natural do quarteto é, naturalmente, a informática. Mas, se o projeto tiver sucesso, não afastam a possibilidade de o alargar a outras áreas: tutoriais de gestão de redes, de administração e de temas relacionados com desporto ou entretenimento são possibilidades em cima da mesa.

Para já disponibilizado numa lista de reprodução no YouTube, a Lastbyte Tutorials aceita sugestões dos leitores (já há quem tenha pedido um curso de um programa de edição de vídeo alternativo ao Premiere) e está recetivo a propostas para parcerias, remata José Alberto Silva: “O facto de estarmos no YouTube já abre possibilidades de publicidade, mas obviamente estamos abertos a outras formas de financiamento. Mas ainda somos um projeto embrionário, vamos trabalhando e vamos vendo”.