Foi Sebastião Feyo de Azevedo, atual reitor da Universidade do Porto, quem fez as honras da discussão, esta terça-feira, no Ipatimup. O auditório do instituto recebeu personalidades da Ciência e jovens investigadores portugueses para lançar o debate em torno dos desafios e do futuro da área em Portugal e a Universidade do Porto também se fez representar.

“Não há dois caminhos nesta questão, só há um: o desenvolvimento científico com critérios exigentes”. “Temos de seguir os critérios usados na Europa, porque fazemos bem ou melhor que muitos deles”, sublinhou.

No que lhe diz respeito, prometeu ainda fazer “tudo o que é possível fazer para promover e incentivar as equipas a serem mais competitivas e a aumentarem a sua visibilidade internacional”, com uma certeza no fim: “A Universidade do Porto não vai ser se não melhor do que é hoje, na inovação científica”, reiterou.

“A Universidade do Porto não vai ser se não melhor do que é hoje”

Mas sendo o presente parco em informação e o futuro ainda desconhecido, falou-se do passado recente, com o ex-reitor Marques dos Santos a deslindar a estratégia que permite aproximar a Universidade aos Institutos de Investigação.

Sejam eles “intra” ou “extra-murais”, há que valorizar a “visão institucional”, afirma. “Cada unidade deve ter em mente os interesses da unidade acima. Se for uma faculdade, deve ter em conta a universidade e a universidade, o país”.

“Cooperação” é, por isso, a par de “multidisciplinariedade”, a palavra de ordem. Importante também é uma “contratualização clara entre a universidade e as entidades”, tratar estas últimas de “forma integrada” e suportar o “relacionamento em função do seu desempenho”. Na Universidade do Porto “não é aceitável nada com avaliação inferior a ‘muito bom’, exceptuando o caso de unidades novas”, sublinhou o ex-reitor.

Para isso, há que investir em “formação adequada”, “um número adequado de membros” e uma “investigação em escala”, com “elevada produção” e “densidade científica”. A gestão destas unidades também não deve ser descurada e “até agora tem sido muito mal considerada”, diz. “É preciso escolher pessoas com capacidade”.

Afinal, “a criação e a aplicação de conhecimento são essenciais para que o país se desenvolva” e apesar de ainda existir “muito a fazer”, os níveis que Portugal atingiu “são muito interessantes”, remata Marques dos Santos.