O “Halloween”, mundialmente conhecido como o “Dia das Bruxas” tem a sua origem na Igreja Católica. É a noite que antecede o Dia de Todos os Santos e que marca o fim do verão e o início de uma nova temporada. As casas revestem-se de elementos decorativos, as crianças mascaradas saem à procura da “doçura” ou da “travessura”. Desta forma, o Halloween é um dos eventos tradicionais mais esperados do ano para alguns dos países anglo-saxónicos.

Michael DeAgonia, natural de Rhode Island, vive atualmente na Florida, Estados Unidos da América. Considera que “a maior parte dos americanos” aceitam e vivem esta tradição na qual “as famílias e os amigos se reúnem e divertem”.

Durante o famoso “trick or treat” (doçura ou travessura) são oferecidas variadas doçuras: “doces, frutas, cupões ou até mesmo moedas”. Porém, quando os vizinhos não se dispõem a ajudar, “atiram-se ovos e papel higiénico” às suas casas. Por vezes, até ao exagero: “As pessoas aproveitam-se do anonimato que as máscaras proporcionam e vandalizam os bairros”, conta.

Apesar de o Halloween ser uma data marcada no calendário da maior parte dos americanos, Michael prefere “ficar em casa e assistir a filmes de terror”, pois a sua família é originária do noroeste e não cultiva esta tradição.

Nos EUA, festividade leva a um faturamento comercial comparado ao do Natal

Esta festividade, que “celebra e honra os mortos”, leva a um faturamento comercial comparado ao do Natal. “As pessoas gastam imenso dinheiro em comida para festas, decorações, máscaras, doces… Diria até que a venda de doces nesta época bate recordes”, afirma.

No caso português, o panorama não é tão homogéneo. Margarida Cabanita, festejava a “Noite das Bruxas” até aos 11 anos com “um saco do lixo” enfiado pela cabeça. Saía à rua com um “batalhão de amigos”e, mesmo não sabendo como surgiu o conceito do Halloween em Portugal, reclamava, de porta em porta, o seu doce. Quando não era bem sucedida, acontecia uma verdadeira “guerra de ovos podres”.

Hoje, aos 20 anos, tem “pena de não festejar de maneira nenhuma” e considera “estúpido” o festejo na discoteca, “porque não tem nada a ver com o Halloween”. Acredita que a tradição não se instalou totalmente em Portugal porque “está ligada a bruxarias”, o que “pode assustar as pessoas”.

Já Pedro Dourado Gomes, também de 20 anos, nunca achou coerente festejar o Halloween. É uma tradição que nada tem a ver com a cultura portuguesa”. Contudo, admite que na noite de 31 de outubro marca presença em festas e que o “Halloween não passa de um pretexto para sair à noite”.