Surgiu em 1982, no Alabama, nos Estados Unidos, baseando-se nos princípios da Escola Austríaca de Economia e do filósofo Ludwig von Mises. A doutrina que incorpora é a do liberalismo, incidindo em ideais como o não-intervencionismo estatal e a liberdade e igualdade do indivíduo.

“Está na hora do Estado sair da frente dos empreendedores, das pessoas e das suas liberdades civis”, explica ao JPN Guilherme Marques da Fonseca, atual vice-presidente e fundador do Instituto Ludwig von Mises em Portugal. “As regulações são demasiadas, as leis pouco eficientes. O Estado tem um peso demasiado grande na vida do indivíduo”.

Em relação ao Estado Social, a frase que marca a posição do instituto é: “O indivíduo gere melhor o que é seu do que outro indivíduo”. O vice-presidente afirma ainda que “quando se taxa o cidadão, está a cortar-se meios para ajudar o próximo”.

Questões fraturantes

Mas outras questões – que saem do campo económico – são abordadas pela associação. Assuntos como o casamento homossexual, a prostituição e a legalização das drogas. “O Estado não se deve envolver nem intrometer na vida das pessoas”, reitera Marques da Fonseca. No entanto, há uma divisão de opiniões no que diz respeito ao tema do aborto.

“Se considerarmos um feto como um mero feto, podemos achar que o aborto é permitido e legal, porque está dentro do corpo da mulher. Mas se acharmos que se trata de uma vida tão válida como qualquer outra no planeta, um liberal é pela proteção da vida”, explica o responsável.

Conferência na Universidade Católica

É neste sábado, na Universidade Católica do Porto, que o instituto tem a sua primeira conferência desde a legalização, que ocorreu no início do ano. Com entrada livre, entre as 13h30 e as 19h30, a conferência, “Call for Liberty”, tratará temas como o keynesianismo, o mercado financeiro e, entre outros, a bitcoin. À parte deste evento, o instituto tem organizado, mensalmente, encontros informais, em Lisboa e no Porto. Está à procura de voluntários.

O intervencionismo militar é também um tema debatido frequentemente, onde pode existir mais do que uma posição. “Toda a intervenção militar que tenha como objetivo estratégico impedir que extremismos aconteçam, nós apoiamos. Podemos discordar do modo como são levadas a cabo militarmente, mas podemos concordar. Intervenções sem fim, como o caso de algumas utilizações de drones, aí poderemos discordar”.

Mas o Ludwig von Mises não pretende ser um partido. “Não temos o mínimo objetivo de fundar um partido. Somos pela consciencialização e estamos aqui para provar que podemos fazer política sem ser de maneira coerciva. A revolução deverá ser, em primeiro lugar, uma revolução nas ideias, mas sempre feita de um modo pacífico”, conclui Guilherme Marques da Fonseca.