Um dos períodos mais controversos na história e sociedade alemãs, a construção do Muro de Berlim e a sua demolição anos mais tarde, foram uma fonte de inspiração para músicos e realizadores. Permitiram marcar posições ideológicas e expressar e defender ideais de liberdade. Mais ainda, mostraram como vivemos num mundo globalizado, com contributos de artistas alemães e de outras nacionalidades.

Para assinalar os 25 anos da queda do Muro de Berlim e o seu impacto na música e no cinema, selecionámos dez músicas e filmes que retiraram inspiração deste momento da história.

Sex Pistols – “Holidays in the Sun” (1977)

Considerada uma das bandas inglesas mais controversas de sempre, os Sex Pistols lançaram esta faixa em 1977, no único álbum da banda. A música foi inspirada em Berlim e na divisão que representava o muro.

David Bowie – “Heroes” (1977)

À voz inconfundível de David Bowie juntam-se canções marcantes numa carreira com mais de 40 anos. “Heroes“, um dos três álbuns dedicados à cidade de Berlim e o single com o mesmo nome e que retrata uma história de amor dividida pelo muro são um exemplo dessas canções.

Pink Floyd – “Another Brick in the Wall” (1979)

Uma banda que dispensa apresentações, os Pink Floyd marcaram a história com várias músicas que se tornaram em autênticos hinos. “Another Brick in the Wall” é um dos exemplos claros do impacto da banda. Tanto a faixa como o próprio álbum devem o nome ao muro de Berlim.

Styx – “Double Life” (1983)

Com uma carreira iniciada na década de 60 e que dura até aos dias de hoje, os americanos Styx tiveram um forte impacto no rock’n’roll. Para a história ficaram várias músicas de impacto. Esta faixa, apesar de menos conhecida, é totalmente centrada no muro de Berlim, nas mudanças sociais e nos perigos associados a esta época.

Peter Schilling – “City of Night” (1985)

Um cantor alemão cuja carreira se iniciou na década de 80 e que rapidamente se tornou conhecido por toda a Europa. Lançou esta música a meio dos anos 80 e novamente no final, tendo ela conotações diretas ao muro.

Shy – “Break Down the Walls” (1977)

Também conhecida pelo nome Trojan, os Shy são uma banda britânica da década de 80. A sua música mais conhecida, “Break Down the Walls“, marca uma postura de total repúdio ao muro, de uma forma clara e invulgarmente direta.

Leonard Cohen – “First we take Manhattan” (1988)

Com 80 anos já feitos e uma carreira que se iniciou em 1956, Leonard Cohen é um dos artistas canadianos mais completos. A faixa “First we take Manhattan” mostra alguma subtileza na mensagem transmitida, embora se coloque claramente contra a existência do muro.

Ketil Stokan – “Brandenburger Tor” (1990)

Originalmente cantada em norueguês no Festival Eurovisão da Canção, a música “Brandenburger Tor” (A Porta de Brandeburgo) pretendeu ser um chamado de atenção para a queda do muro e para o impacto positivo que isso teve na sociedade alemã.

Scorpions – “Wind of Change” (1991)

Uma das músicas mais icónicas do último século, quer pelas implicações simbólicas presentes na letras, quer pela música. “Wind of Change” é marcada por uma forte opinião acerca das mudanças que advém da queda do muro de Berlim.

Pink Floyd – “A great day for freedom” (1994)

Uma das músicas mais recentes a tirar inspiração do muro de Berlim. Os Pink Floyd cantam o impacto da queda do muro na sociedade, tecendo criticas à sua evolução, ao rumo que a sociedade tomou desde esse momento.

Os períodos de crise são sempre tempos prolíferos para a arte e a queda do muro de Berlim não é exceção. O cinema não ignorou o assunto e retratou-o segundo várias perspetivas, desde o thriller à comédia, passando pelo romance e o suspense.

“Beyond the Wall” (1960)

Uma refugiada da Alemanha Oriental, Karen, fica presa na sua casa em Dresden quando o seu voo entre Berlim e a Alemanha Ocidental é forçado a aterrar. Karen é, então, usada pela polícia para os ajudar a encontrar o seu irmão fugitivo.

“Escape from East Berlin” (1962)

O filme conta a história verídica de 29 habitantes da Alemanha Oriental que, em janeiro de 1962, escaparam para o lado ocidental através de um túnel escavado por debaixo do muro de Berlim.

“A Dandy in Aspic” (1968)

O agente duplo Alexander Eberlin é destacado para encontrar um espião russo, conhecido por Krasvenin. Contudo, apenas Eberlin sabe que o espião que tem de caçar é, na verdade, ele próprio. Acompanhado pelo seu implacável parceiro, Eberlin tenta safar-se de uma situação complicada.

“The Wicked Dreams of Paula Schultz” (1968)

Uma atleta olímpica de salto à vara usa as suas habilidades desportivas para passar sobre o muro de Berlim para a liberdade do lado ocidental (ver vídeo em cima).

“No Mercy, No Future” (1981)

Neste filme, Veronika Christoph, uma mulher esquizofrénica, já internada anteriormente, vagueia pelas ruas que percorrem o muro de Berlim durante a noite à procura de Deus. Sem medicação, acaba na companhia de homens estranhos.

“Wings of Desire” (1987)

Um anjo cansa-se de observar o mundo humano e deseja tornar-se mortal quando se apaixona por uma mulher. O aclamado filme americano “City of Angels” é um remake deste filme alemão.

The Legend of Rita” (2000)

Rita Vogt é uma terrorista radical da Alemanha Ocidental que abandona a revolução e instala-se do outro lado do muro com uma nova identidade. A película mosta que, contudo, vive no medo permanente de ser descoberta, o que acontece após a reunificação alemã.

“The Tunnel” (2001)

Este filme conta a história de Harry Melchior, um nadador que esteve preso pela seu papel na revolta de junho de 1953 na Alemanha Oriental, e que decide escavar um túnel para fugir com a sua família para a Alemanha Ocidental.

“Good Bye, Lenin!” (2003)

Adeus, Lenine!” acompanha um jovem que, para tentar proteger a sanidade da sua mãe socialista, após esta ter estado em coma durante meses, esconde a queda do muro de Berlim e a implantação de uma sociedade capitalista do conhecimento desta.

“Herr Lehmann” (2003)

Frank Lehmann é um bartender que trabalha em Kreuzberg, junto de uma subcultura de estudantes, artistas e boémios. A história passa-se nas semanas anteriores à queda do muro de Berlim e próximo do 30.º aniversário de Frank, e o seu estilo de vida calmo é interrompido pela sua relação com Katrin, o enlouquecimento do seu melhor amigo, Karl, e uma visita dos seus pais.