Durante dois dias – 4 e 5 de dezembro -, a Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) vai ser o núcleo de tudo aquilo que de melhor se faz no ciberjornalismo português e, até, mundial.

Tudo devido à realização, naquele lugar, do quarto Congresso Internacional do Observatório de Ciberjornalismo (COBCIBER). O evento bianual tem, desta vez, como tema, a “Qualidade e Credibilidade no Ciberjornalismo”, “questão que se tem colocado quase desde que há jornalismo na Internet”, considera Fernando Zamith, professor no pólo de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto e membro da comissão organizadora e científica do congresso.

“No início havia muitos receios, de que a Internet fosse um meio propiciador de um jornalismo menos credível. Em alguns órgãos, esses receios foram-se esbatendo, mas, de vez em quando, regressam, por causa das características do meio, que é vulnerável, muito aberto, em que qualquer pessoa pode entrar e ter atividade próxima do jornalismo, ou dificilmente classificável. Por estas razões pareceu-nos um tema muito pertinente e atual”, revela Fernando Zamith.

Para ajudar na discussão do mesmo, o COBCIBER vai contar com a participação de seis conferencistas conceituados na área, como é o caso, desde logo, de John Pavlik, diretor do Instituto de Investigação em Jornalismo e professor do Departamento de Jornalismo e Estudos de Media da Rutgers University, na Nova Jérsia, EUA, e autor de “Journalism and New Media”, “uma das obras sobre jornalismo na Internet mais citadas em todo o Mundo”, refere a organização.

COBCIBER entre os maiores do mundo

Durante o COBCIBER decorrerá, num registo mais privado, uma reunião da Rede Internacional de Investigação em Ciberjornalismo, que reúne representantes dos cinco maiores congressos do mundo sobre a área em questão. A novidade tem a ver com o facto de o COBCIBER participar já como membro integrante do restrito número.

Enquanto Pavlik terá a responsabilidade de abrir a primeira conferência, a programação revela que as intervenções dos restantes oradores – António Granado, professor de jornalismo da Universidade Nova de Lisboa; Eva Dominguez, jornalista e professora na Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona; Peter Anderson, diretor do Grupo de Investigação em Jornalismo da University of Central Lancashire, no Reino Unido; Daniela Bertocchi, jornalista, docente e investigadora na Universidade de São Paulo, no Brasil; e Neil Thurman, professor e investigador da City University of London, no Reino Unido – sucedem-se em diferentes horários e, até, no segundo dia.

Prémios de Ciberjornalismo 2014 já têm finalistas

Outro dos momentos altos do COBCIBER será a revelação dos vencedores dos prémios de Ciberjornalismo 2014, a 5 de dezembro. Os finalistas já são conhecidos e o grande estreante é o jornal Observador, na categoria “Excelência geral em ciberjornalismo”, disputada também por Rádio Renascença e Público.

Em “Última hora” concorrem, de novo, os três órgãos de comunicação, com os trabalhos Tudo sobre: MH17 (Observador), Morte de Eusébio (Rádio Renascença), Eusébio nunca será suplente na equipa dos melhores de sempre e Morreu Nelson Mandela (1918-2013): a liberdade como obra (ambos do Público).

Na categoria de “Reportagem multimédia”, os candidatos são, outra vez, Público e Rádio Renascença, com Portugueses nos Campos de Concentração e Os Anos da Troika, respetivamente, numa luta tripartida com o jornal Expresso, que apresenta Este trabalho não foi visado por qualquer comissão de censura.

Em “Videojornalismo online” competem, mais uma vez, Rádio Renascença e Público. Este último concorre com A experiência da praxe e Os Vizinhos do Turismo, enquanto a rádio candidata-se com Prelúdio e Fuga. Uma Orquestra de Emigrantes. No que diz respeito à melhor “Infografia digital”, a escolha vai ser feita entre As linhas da liberdade e 80 anos de Verão, do Público, e Por faróis nunca dantes navegados, do Expresso.

Finalmente, ainda haverá tempo de selecionar o melhor trabalho em “Ciberjornalismo académico”. Nesta categoria, o JornalismoPortoNet (JPN) apresenta dois dossiês – Rádio Universitária do Porto fechou há 25 anos e Rádios Piratas: 25 anos depois -, enquanto o projeto foradelinha, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa concorre com Marvila: À Margem da Capital?. As votações podem ser feitas aqui até sábado, 29 de novembro.