“Não há outra voz no fado como a de Ana Moura. Uma voz que se passeia pela tradição livremente, sem deixar de flirtar elegantemente com a música pop”, descreve a organização do Festival Marés Vivas. Talvez por isso Ana Moura seja a madrinha da próxima edição do evento, apresentada esta segunda-feira na Casa da Presidência, em Vila Nova de Gaia.

De facto, “não é muito habitual” ouvir-se fado num festival, “mas começa a ser cada vez mais comum”. Aqui, e lá fora – e Ana Moura, que já atuou em festivais dedicados maioritariamente ao rock, é exemplo disso. “É arriscado”, afirmou, “mas tem dado resultado”. “Daí eu ter ficado tão feliz com este convite”, sublinhou.

Por isso e pela “vista muito bonita”, com que diz ter ficado “deslumbradíssima”, quando os Clã a convidaram para subir ao palco com eles, na edição passada. Ainda não há data para a atuação da fadista, mas sabe-se que não é a 17 de julho: nesse dia, o protagonisto é do segundo nome confirmado, o norte-americano Lenny Kravitz.

Um nome que a organização já queria há muito tempo no palco do Marés Vivas e que, este ano, promete um “momento único” e uma “mega produção como o Marés Vivas nunca recebeu”, afirma Jorge Lopes, da PEV Entertainment. “Esteve previsto para este ano mas ele próprio quis primeiro lançar este novo álbum”, conta.

“STRUT” é, de facto, o novo trabalho do cantor norte-americano, lançado a 23 de setembro, que deverá ser apresentado no palco principal do festival. Feito de “rock no seu estado mais puro” e 12 canções “de libertação” (o single, “The Chamber”, para ouvir abaixo), serve para mostrar o motivo pelo qual Lenny Kravitz continua a ser um ícone depois de uma carreira de mais de 20 anos.

Em 2014, o MEO Marés Vivas “registou novamente o recorde de 25 mil pessoas por dia”, ou seja, “três dias de lotação esgotada”, realça a organização, em comunicado. “Um sucesso constante”, “não só na região como na Península Ibérica”, realçou Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia, e que promete repetir-se em 2015.

“Esta edição vai ser histórica. Queremos desmarcar o Marés Vivas da imagem dos festivais nacionais de altos e baixos. Teremos mais bandas dos Tops que estão em primeiro lugar em vários países”, garante Jorge Lopes. E que serão divulgadas muito em breve, sempre “mantendo a fasquia”.

O festival nortenho regressa ao Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, com vista privilegiada para a foz do Rio Douro, entre 16 e 18 de julho. Os bilhetes, cujos preços não aumentaram desde o ano passado, estarão disponíveis para compra a partir de amanhã, 2 de dezembro. O diário tem um custo de 35 euros e o passe geral de 65 euros.