Não muito longe da Invicta, o JPN encontrou o SYnergia, uma organização não lucrativa, fundada em 2004 e sediada em Braga, que tem como objetivo “promover eventos e desenvolver projetos com e para os jovens”. Para tal, conta com o apoio de vários voluntários, que, segundo Mariana Delgado, gestora de projetos na instituição, “trazem aquilo que de melhor sabem fazer” à associação.

Ligado ao Serviço Voluntário Europeu desde 2010, o SYnergia acolheu já 18 voluntários de diversos países (Argentina, Cabo Verde, Itália, Polónia, Hungria, Alemanha, Sérvia e República Checa) e enviou para fora um total de dez jovens portugueses.

O que é o SVE?

O SVE, incluído no programa Erasmus, proporciona aos jovens a oportunidade de desenvolverem uma ação de voluntariado no estrangeiro, tendo como objetivo promover a solidariedade, o diálogo e a cidadania entre a população jovem. O serviço é a tempo inteiro e não é remunerado, no entanto, a Comissão Europeia financia os voos e alojamento, e providencia, todos os meses, o chamado “pocket money”, que é destinado às despesas individuais dos voluntários e o dinheiro vai para a alimentação.

A associação, que nesta sexta-feira, dia em que se assinala o Dia Internacional do Voluntariado, recebe a Medalha Municipal de Grau Prata pela dinamização das políticas da juventude pela Câmara Municipal de Braga, é parceira de várias organizações estrangeiras, entre as quais a Associazione TDM 2000, sediada em Cagliari, na ilha italiana da Sardenha. A ONG, fundada no ano de 2000 por um grupo de jovens, entre os quais GianLuca Frongia, Angelica Perra e Michele Demontis, é igualmente ativa no campo do movimento juvenil. Nasceu com o propósito de promover a cidadania ativa, o diálogo intercultural e a identidade europeia e é uma das organizações com maior taxa de aprovação de projetos por parte da Comissão Europeia.

Angelica Perra, responsável pela TDM 2000 Internacional, rede além-fronteiras criada em 2008, sublinha que o mais importante não são os números, mas sim o quanto os projetos têm ajudado centenas de jovens a expandir os seus horizontes e a viver todo o tipo de experiências.

Os voluntários

Entre os vários programas de mobilidade internacional nos quais a TDM 2000 está envolvida há o Leonardo Da Vinci, Erasmus para Jovens Empreendedores e o Serviço Voluntário Europeu. Inseridos neste último são, atualmente, 13 os voluntários acolhidos pela “Terra di Mezzo”.

Wahyu Catur Herawanto, mais conhecido por Abi (dada a dificuldade de pronunciar o seu nome), deixou Bali, na Indonésia, no início de novembro. Com 28 anos, é a primeira vez que sai da terra Natal. Após um mês em solo sardo, define a experiência como “viajar por 12 países sem sequer entrar num avião”. Apesar de não se sentir confortável com a temperatura, uma vez que não está habituado ao frio, vê o voluntariado em Cagliari como uma oportunidade “extremamente positiva e incrível”, que leva à construção de uma grande família internacional.

Também Astrid Sandberg, vinda da Noruega, integra a equipa de voluntários da ONG italiana. Com apenas 19 anos, optou por fazer um gap year antes de ingressar na universidade. “Qual a lógica de avançar para o Ensino Superior se não se é capaz escolher entre as várias áreas de estudo?”, foi a pergunta que colocou a si mesma no final do ano passado.

Depois de conhecer algumas voluntárias em SVE em Narvik, a sua cidade Natal, a jovem norueguesa candidatou-se ao programa e acabou por partir para Cagliari em outubro deste ano, para um primeiro contacto com o serviço voluntário.

Hoje, Astrid sente ter crescido mais durante as sete semanas em Itália do que nos últimos anos no total. “Não só estabeleci contacto com novas culturas e línguas, ao comunicar e trabalhar com pessoas de diferentes origens, como também aprendi muito sobre mim mesma”. Quando questionada sobre o significado da palavra “voluntariado”, responde que passa por “dar o nosso tempo, compaixão e empatia a quem precisa, sem esperar nada de volta”.