“O Manda-te surgiu, basicamente, porque eu estava desempregado”, conta Filipe Amorim. Quando considerou emigrar, Filipe apercebeu-se da escassez de informações sobre emprego no estrangeiro, viu uma oportunidade de negócio e criou a página de facebook “Manda-te, Emprego no Estrangeiro”. “Como vi que estava a ter muitos seguidores, comecei a ver aquilo com outros olhos, daí a criação do primeiro site”, recorda.

Filipe procurou adaptar os conteúdos do site às necessidades dos utilizadores, embora considere que não tem um público muito específico. “Ao avaliar os contactos que tenho, posso dizer que são de pessoas de várias idades e com várias qualificações, sendo ativos ou não”. Mesmo assim, é capaz de indicar que cerca de “60% a 70% do público é dos 18 aos 34 anos e destes cerca de 60% são mulheres”.

Tipologia das Ofertas

A oferta centra-se na área das Tecnologias da Informação e Engenharias, especialmente em Portugal. Na Europa, as maiores ofertas são no Reino Unido, França e Bélgica. O Brasil, Angola e Moçambique oferecem as melhores oportunidades fora da Europa. Destaca-se ainda a importância que o continente europeu dá à fluência na língua portuguesa.

Tendo em atenção a heterogeneidade do público, procura-se que o site tenha um vasto leque de ofertas, desde vagas na construção civil até empregos para licenciados. Por se tratar de uma plataforma que apenas agrega informações, o Manda-te não tem uma noção exata do número de pessoas que conseguiram emprego graças à plataforma. “Ficamos a saber mais pelo feedback direto das próprias pessoas e também pelo feedback das empresas”.

Há cerca de um mês, foi inaugurada uma segunda plataforma dedicada à formação. “Esta plataforma veio na consequência daquilo que o mercado estava a pedir”. Inicialmente, o Manda-te publicitava apenas formação gratuita. No entanto, começou a ter empresas, na área de formação, a querer anunciar também cursos pagos. A segunda plataforma, surge assim como um complemento da primeira para permitir que o Manda-te se dedique individualmente a cada uma das áreas.

Facebook

O facebook do Manda-te conta já com mais de 154 mil gostos e representa 50% do tráfego diário gerado para o site. Em função da importância da rede social, 80% dos anúncios estão em ambas as plataformas. “Nós queremos que estes (anúncios) sejam vistos e sendo o facebook uma forma muito importante de gerar esse tráfego nós postamos lá também”, diz.

Com noção que a crise potenciou a adesão ao site, devido à grande procura de emprego, FIlipe não teme que um eventual fim da crise dita também o fim do Manda-te. Visto que, além do emprego, a empresa assenta em mais dois pilares: a formação e o empreendedorismo. Na área do empreendedorismo, o propósito será agregar conteúdos que sirvam de inspiração e facilitem a criação de novos projetos através da divulgação dos apoios existentes.

Para 2015, Filipe tem como objetivo fazer da plataforma de formação a referência em Portugal. “Queremos que as pessoas digam: procuro uma formação, vou ao Manda-te”, afirma. Agora, planeia desenvolver a área de empreendedorismo e manter o alcance da vertente de emprego.