No último dia do Porto Post Doc, o movimento no Rivoli era moderado. Na sala onde foi apresentado o documentário do cineasta Thom Anderson, o Grande Auditório do Rivoli, encontravam-se cerca de 30 pessoas.

Considerado um dos melhores filmes do século por Calum Marsh do Village Voice, “Los Angeles Plays Itself” faz uma crítica à visão que o cinema transmite da cidade de Los Angeles. Como é a sua cidade natal, Thom Andersen possui o conhecimento suficiente para realçar as diferenças entre o real e o fictício.

Primeiramente, é evidenciado no documentário o facto de a origem dos filmes não ser atribuída a Los Angeles, mas sim a Hollywood. Thom Andersen defende que Los Angeles tornou-se sinónimo de show business e que muitos pensam que a cidade se resume a Hollywood. O encurtamento do seu nome para “LA”, mostra, também, esse complexo de inferioridade. Contudo, apesar de tudo, só um em cada 40 habitantes trabalham no ramo do cinema.

O documentário abrange, igualmente, dois grandes assuntos: Los Angeles como pano de fundo e como personagem. Considerando L.A, uma “cidade sem nome”, Thom Andersen revela que esta muitas vezes é usada como representação de outros locais como a China ou Suíça. E que a cidade não possui a fotografia de Nova Iorque, fazendo assim parte do leque de locais mais bonitos do mundo quando “vista de noite e de longe”.

Los Angeles Plays Itself” apoia a ideia que os filmes desvalorizam e denigrem a cidade e que, por isso, não deveria haver um “Walk of Fame”, mas sim um “Walk of Shame”.