No Dia Internacional da Mulher o JPN foi à procura de mulheres com “M” grande. Licenciada em Ciências da Comunicação e Mestre em Gestão de Serviços pela Universidade do Porto, Mariana é um exemplo de sucesso para todos os jovens empreendedores do nosso país.

Como surgiu a ideia do projeto Shair?

Já tinha tido a ideia da Shair antes de trabalhar no grupo dst, ainda estava na licenciatura. Tenho muitos amigos artistas ou ligados ao mundo da arte, e de certa forma cansei-me de os ver sem perspetivas para fazerem aquilo em que são bons. Na altura, tive a ideia de fazer um website onde os artistas pudessem partilhar e vender as suas obras. Pesquisei um pouco e apercebi-me que já existiam plataformas minimamente semelhantes, então deixei a ideia de parte. Dois anos depois comecei a trabalhar no departamento de Marketing do grupo dst e foi lançado um concurso interno, aos colaboradores, para que delineassem um modelo de negócio rentável, dinâmico e associado ao setor artístico para um espaço que na altura tinham no centro da cidade de Braga e que ainda não estava a ser dinamizado devidamente – foi aí que encontrei um culminar diferenciador para o projeto e apresentei a ideia da Shair ao grupo dst, que foi lançada em abril de 2014.

Quem apoiou a ideia?

A ideia foi apoiada pelo grupo dst, e quem desenvolveu a plataforma online foi também uma empresa que pertence a este grupo, a Innovation Point.

Shair, be a part

A Shair é o elo de ligação entre talentosos artistas emergentes e os verdadeiros amantes de arte, os que valorizam o esforço, a qualidade e a unicidade dos trabalhos artísticos. “Na Shair acreditamos que os artistas podem inspirar o mundo, razão pela qual trabalhamos incansavelmente com a nossa comunidade, de forma a poder ajudá-la e acompanhá-la na expansão para o mercado global”.

Qual a sensação de ser tão nova e já diretora de um projeto deste tamanho?

É extremamente satisfatória e ao mesmo tempo desafiante. Não sou pessoa de ficar parada muito tempo e um projeto no seu início era exatamente o que eu aspirava para a minha vida profissional. Como há muito para fazer, não há forma de estar parada e não há como não pensar em melhorias, futuros desafios, e coisas desse género.

Sentiu algum constrangimento perante outros membros pelo facto de ser tão nova/ mulher e já diretora de um projeto assim?

Não acho que tenha sentido algum constrangimento por essas razões. Senti alguns constrangimentos por estar a lançar um projeto que de facto tem muito de disruptivo num setor que ainda está muito dependente do mundo físico, mas estes obstáculos têm a ver com o próprio setor e não comigo. Claro que se fosse um pouco mais velha isso talvez ajudasse na credibilidade que me dão quando apresento o projeto pela primeira vez a alguém com quem pretendo estabelecer uma parceria… Mas isto é uma mera especulação.

O projeto requer de si muito esforço e dedicação. Teve de abdicar de muita coisa para dar o seu máximo?

Tive de abdicar de muita coisa, mas não de tudo. Consigo perfeitamente conciliar a minha vida pessoal com o projeto, é uma questão de vontade! Aquilo que realmente não quero deixar de fazer arranjo sempre forma de encaixar no meu horário.

Acha que os jovens devem colocar sempre a via profissional em primeiro lugar? Lutar pelos objetivos enquanto podem?

Acho que os jovens estão exatamente na altura certa para pelo menos pensarem no resto das suas vidas, e se os seus objetivos são altos, sim, acho que devem colocar a via profissional em primeiro lugar. No meu caso, acho que fez a diferença optar por algo novo neste momento, porque nesta idade ainda conseguimos ouvir nãos e pensar em alternativas com muita facilidade. Se calhar daqui a alguns anos esta capacidade de adaptação não é tão forte, e esta é uma mais-valia importantíssima para qualquer empreendedor.

Projetos para o Futuro. Algo de novo?

Neste momento, para além da Shair, tenho o objetivo de tirar o doutoramento no estrangeiro. Talvez para o ano!

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