De entre os inúmeros lugares no país, o kizomba, o kuduro e o funaná têm tido presença assídua em escolas de dança, associações recreativas/culturais e discotecas. Desde workshops a festivais, os ritmos africanos conquistaram várias gerações e motivaram o ensino e a adesão a este tipo de aulas de dança.

A ascensão de artistas como Anselmo Ralph, Daduh King, Nelson Freitas, Master Jake e B4 impulsionou um boom da procura destas aulas. As discotecas do Grande Porto, espaços que antes não passariam kizomba, estão agora mais atentas ao género musical.

Para Ricardo Cunha, instrutor da Academia Pedro Sousa, a música é o catalisador da dança. “As pessoas gostam do estilo musical, depois sentem-se curiosas para aprender a dançar e então, aí sim, vêm fazer umas aulas porque sentem necessidade de querer aprender mais e conhecerem mais o estilo”, afirma.

No entanto, a arte de dançar pode também ser um desporto. “Não é um desporto intenso mas é um desporto moderado, que também tem o seu objetivo a nível físico”, lembra Ricardo Cunha.

Na Escola Sabor Latino, na Rua de Oliveira Monteiro no Porto, as aulas de ritmos africanos são dedicadas a homens e a mulheres. Como explica o professor André Almeida, as motivações de ambos podem ser diferentes, mas o kizomba é o que os une: “Os homens vêm aprender passos novos para surpreender a pessoa com quem estão a dançar, as mulheres querem aperfeiçoar a técnica e aprender a serem mais sensuais”.

A especificidade dos ritmos africanos, sobretudo do kizomba, permite que esta dança seja do mundo: “O que aprendem aqui, podem aplicar perfeitamente no estrangeiro, porque o funcionamento é exatamente o mesmo”, diz. Para André Almeida, “o kizomba é fácil de dançar” e a eventualidade de passar de moda é uma realidade, que não é estranha nem uma novidade. Na verdade, os passos simples e lentos da dança estão a evoluir para o bachata da República Dominicana com movimentos mais complexos. Até chegar uma nova moda, os portuenses parecem querer continuar a dançar.

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