A Universidade do Porto (UP) fez 104 anos no dia 22 de março. No entanto, só os celebrou na quarta-feira, dia 25, no Salão Nobre da Reitoria. Para além da presença do novo reitor Sebastião Feyo de Azevedo, a celebração recebeu ainda Jorge Wagensberg, diretor do Museu Hermitage-Barcelona.
Começou com um desfile académico, seguido de várias intervenções de abertura, protagonizadas por nomes como Alfredo José de Sousa e Carlos Tavares. Para além dos habituais discursos de celebres personagens da UP, houve espaço para umas declarações mais informais e descontraídas por parte de Gustavo Corona, ex aluno de medicina da universidade portuense. Agora médico e voluntário em países inseridos em conflitos armados, Gustavo confessou depois, já em tom mais emocionado, que uma das formas de manter um bom espírito nestes locais é levar consigo “o cachecol do Porto” e todas as pessoas que o fizeram “médico, anestesista, para além da (sua) família”.
Durante a comemoração do centésimo quarto ano de existência da UP, todos os presentes que tiveram a oportunidade de discursar desejaram as felicidades à Universidade do Porto e o orgulho por fazerem parte da sua história. Para além dos discursos, alguns alunos foram galardoados pelas suas prestações académicas, recebendo o diploma das mãos do reitor, Sebastião Feyo de Azevedo.
Ao longo da celebração, houve tempo para algumas atuações musicais, que levantaram o ambiente formal presente na sala. Independentemente dos prémios dos mais jovens, quatro professores eméritos da UP foram reconhecidos pelos altos serviços prestados ao ensino superior. Zeferino Ferreira da Costa recebeu a medalha de mérito da universidade do Porto, reconhecimento por serviços relevantes prestados à Universidade.
Em castelhano, Jorge Wasensberg discursou perante os presentes, onde elogiou a UP por ser uma instituição jovem, mas irreverente e competente em todos os seus setores. O seu discurso partilhou momentos sérios, mas igualmente cómicos e descontraídos que “arrancaram” risos à plateia.
Por último, Sebastião Feyo de Azevedo começou por explicar o significado do dia da Universidade do Porto, passando por explicações dos seus ideais em relação ao presente e ao futuro, à formação e internacionalização da formação, do desenvolvimento socioeconómico, das relações externas, da cultura e do desporto (duas áreas a apostar) e mesmo da ligação aos antigos estudantes.
No seu discurso, o atual reitor da UP destacou que nos últimos anos não se verificou um aumento das propinas. Em declarações ao JPN, Sebastião Feyo de Azevedo confessou que as proprinas “podem ser aumentadas de uma forma controlada, mas que o conselho geral entendeu que não”, decisão respeitada pelo reitor.
Já com 104 anos de história, a UP caminha para outros tantos. Sebastião Feyo de Azevedo considera que é necessário “aumentar a capacidade de investigação e delegação às empresas e internacionalizar os nossos cursos”, preparando-os da melhor forma. “Penso que há sempre espaço para progredir”, afirmou ao JPN.
Estudantes mostram orgulho em pertencer à Universidade do Porto
No final das celebrações, o JPN teve a oportunidade de conversar com alguns dos alunos presentes. Alguns estudantes de Medicina explicaram que acham necessário ” aproximar a universidade e os professores aos estudantes”. Todavia, questionados sobre a sua preferência em relação às universidades, a resposta foi clara: “Antes de vir para a universidade ,era um desejo pertencer à UP e agora, cada vez mais, tenho orgulho”.
Maria Marques, aluna de Belas Artes, também mostrou ter uma opinião formada em relação a este assunto. “Penso que é bom as propinas não terem aumentado. Mas, em belas artes há várias coisas más. Desde falta de condições, por exemplo, não há bancos, que é uma coisa básica, mas ao mesmo tempo estão a envernizar as portas da entrada, porque a entrada é que conta”, ironizou. “Pintura, por exemplo, está a ter aulas fora da faculdade”, rematou.
Porém, considera a Universidade do Porto a “melhor universidade do país”.