O Projeto Transformers é um programa onde jovens, os mentores, são mobilizados para ensinar algum desporto, forma de arte ou atividades, de forma totalmente voluntária e gratuita, a outros jovens, carenciados, que gostavam de se iniciar nessa área. Mas acaba por ser muito mais do que isso.

Os Transformers têm como principal missão “transformar” os jovens, isto é, ensinar-lhes certos valores, ajudá-los a exprimirem-se de uma melhor forma e mostrar-lhes como podem transformar positivamente a sua comunidade.

O JPN foi conhecer outra das suas atividades: o Geocaching.

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Praticante da modalidade há alguns anos, Ricardo Silva explica-nos que o Geocaching consiste na “descoberta de caches, isto é, tesouros, que são escondidos pelo cidadão comum em forma de desafio”. É através de coordenadas de GPS que a atividade funciona, sendo essa a sua principal ferramenta. Ricardo explica-nos ainda que “todas as caches devem ser registadas no site”. “Através das coordenadas colocamos no GPS e vamos atrás dessa cache. Nunca sabemos o que tem, é sempre uma incógnita”, diz o praticante.

Uma cache pode conter apenas um logbook, que é um livro onde se faz o registo das pessoas que encontraram aquela cache, ou então as mais diferentes surpresas. Tudo o que se queira partilhar, desde um simples rebuçado a bilhetes para espetáculos ou outros objetos significativos. No ano passado, o Futebol Clube do Porto (FCP) criou uma cache com 15 bilhetes para um jogo da equipa principal e o grupo teve a perspicácia e felicidade de encontrar essa cache. Algo importante: “As caches têm de estar sempre acessíveis”. Podem estar escondidas ou camufladas, mas nunca inacessíveis.

Os principais benefícios desta atividade são inúmeros. “Conhecer sítios, locais, é o mais interessante. Eu sou do Porto e há coisas que não conhecia e vim a conhecer graças ao Geocaching”, conta Ricardo. Além disso, considera que o convívio e a união são valores fundamentais na modalidade e que tenta transmitir os mesmos aos seus “t-kids”, combatendo assim o sedentarismo dos jovens de hoje em dia.

“Não só transformar as crianças, mas também a sociedade no geral”

O transformer nunca se arrependeu de ter enveredado por esta opção de voluntariado. Considera que uma aula por semana não rouba tempo nem à sua vida pessoal, nem à sua vida profissional. A maior recompensa, na sua opinião, é a transformação dos jovens e de quem os rodeia.

O Projeto Transformers acaba por ser um refúgio e um convívio para aqueles que são mais desfavorecidos, quer social, financeira ou emocionalmente. Este apoio acaba por transformar não só as crianças, mas também a sociedade constituída pelas mesmas. Segundo Ricardo, “o ser transformer também vem daí: não só transformar as crianças, mas também a sociedade no geral”.

Para Ricardo Silva, a aventura no Projeto Transformers começou em 2013, quando conheceu o projeto através de uma amiga que também havia sido mentora. Hoje em dia é mentor no Centro Social Paroquial de Nossa Senhora da Vitória, ensinando a um pequeno grupo de jovens a atividade Geocaching pelo segundo ano consecutivo.

O mentor considera que ser transformer era algo que já existia nele e afirma que delineou para si próprio um projeto de três anos, porque acredita ser impossível mudar alguém no espaço de apenas um ano.

E porquê o Geocaching? Segundo Ricardo, “na cidade, se calhar de um milhão de habitantes que possa existir, só 250 pessoas é que conhecem o Geocaching”. Assim, o mentor viu neste projeto a oportunidade de fazer voluntariado, algo com que sempre se identificou, e de divulgar uma atividade que é pouco conhecida, pelo menos em Portugal.

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