De onde vem o chocolate

O chocolate chegou à Europa na época dos Descobrimentos. Como o clima do Velho Continente não é propício para a plantação de cacaueiros, atualmente chegam às fábricas blocos de pasta de cacau vindos, sobretudo, da Costa do Marfim e do Gana. O norte de África detém, assim, cerca de 60% do total da cota mundial de produção de cacau.

Se na semana passadas as casas se encheram de flores, em dia de Páscoa, os chocolates são os protagonistas. De norte a sul, para pequenos e graúdos, são vários os produtos derivados do cacau que fazem as delícias de todos, numa altura em que já não se jejua.

Pasta de cacau, manteiga de cacau, açúcar, leite e lecitina, usada apenas para misturar os ingredientes, são a base da massa de qualquer chocolate. Mas, e então, o que os torna tão diferentes uns dos outros? O segredo está na quantidade adicionada de cada componente. Os diversos formatos, tamanhos, inclusões e cores fazem com que o produto se torna mais ou menos apelativo para os consumidores.

Em altura de Páscoa falamos sobretudo de figuras ocas (como coelhinhos), ovos de chocolate e amêndoas. São as amêndoas o produto mais comum nesta época festiva. Só de chocolate ou com amêndoa torrada, de gesso ou com sabor a fruta, de licor ou com revestimento de chocolate, envolvidas em películas de açúcar coloradas ou bordadas? As opções são variadas e todos os anos surge uma nova forma de apresentar estes doces.

Como se fazem as amêndoas?

Para descobrir como se fazem as amêndoas, o JPN foi até à Imperial, a maior empresa portuguesa na área do fabrico e comercialização de chocolates.

Para lá das amêndoas

E porque nem só de amêndoas se faz a Páscoa, a Imperial ocupa-se de todo o tipo de chocolate. Enquanto aquelas são um produto sazonal, o chocolate come-se com mais ou menos frequência durante todo o ano. Desde as mais típicas tabletes, aos mais requintados bombons, o difícil é manter-se longe destes doces que fazem as delícias de qualquer um.

Como tal, o JPN foi descobrir as chocolatarias da cidade do Porto e perceber aquilo que os portugueses mais procuram.

Chocolataria das Flores

Criada numa situação de desemprego e pelo gosto por produtos caseiros e artesanais, a Chocolataria das Flores nasce, precisamente, na Rua das Flores e é uma das lojas de chocolate que tem vindo a deliciar a Invicta.

Chocolates com vinho do Porto são os produtos mais procurados – sobretudo pelos turistas –, mas há muito por onde escolher: chocolates quentes a 2,50 euros (quando acompanhado por vinho e natas, por 4,90 euros), recheios de framboesa, caramelo, noz, lima e alfazema, brownies e bombons (0,65 euros cada unidade) são apenas alguns dos doces em exposição. É tudo feito à mão, sem corantes, nem conservantes, e é precisamente por isto que a Chocolataria das Flores se distingue.

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Bombonaria Bonitos

A Bombonaria BONITOS nasceu na Invicta pela mão de Valdemar Bonito. O mestre chocolateiro abriu a primeira loja há mais de 30 anos na Boavista e, desde então, a família Bonito mantém a tradição. Atualmente, têm lojas situadas em Lisboa, Guimarães e Porto.

Em março de 2012, a bombonaria chegou à baixa portuense com chocolates de fabrico artesanal e recheios produzidos a partir de receitas próprias. A Bombonaria BONITOS é responsável pelo fabrico de diversas variedades de bombons lisos, com recheio ou frutos secos, aos quais se juntam a venda de outras iguarias, como bolachas, compotas e mel caseiro. Contudo, José Manuel Lopes, gerente da loja, afirma que são distinguidos “acima de tudo pelos bombons”.

Situada em pleno centro do Porto, a loja tem de satisfazer os desejos dos turistas. Além dos bombons e das amêndoas procuradas pelos clientes nacionais, acrescentam-se o vinho do Porto, os vinhos de mesa, os azeites e as conservas. Os bombons são comercializados ao preço mínimo de 5,50 euros por cada 100 gramas, enquanto o custo das amêndoas varia entre os 20 e os 60 euros.

A Bombonaria BONITOS recomenda os bombons de menta para os dias de calor e uma trufa de vinho do Porto para os dias mais frios. Para os mais stressados aconselha um chocolate com frutos secos e para os apaixonados vêm mesmo a calhar os bombons de frutos vermelhos.Para afastar a tristeza, o ideal é um bombom de chocolate negro e para se celebrar a felicidade todos os chocolates são perfeitos.

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Chocolataria Equador

A chocolataria Equador foi criada em 2008 e começou por trabalhar o chocolate como uma arte e uma marca. O projeto inicial foi da autoria de alunos de Belas Artes, que queriam criar uma marca que inicialmente não estaria necessariamente associada ao chocolate.

No entanto, depois de conhecerem um mestre chocolateiro sediado no centro do país, decidiram associar-se a ele, visto ter “um produto ótimo, mas uma comunicação fraca”, explica a gerente da loja. Foram criados catálogos para o chocolate e este era também mostrado em feiras.

Depois de reunirem uma equipa de chocolateiros artesanais especializados, a Equador cimentou-se e começou a abrir lojas ao público. Todos os produtos comercializados são produzidos pela própria marca, que mantém parcerias com a Graham’s ou a Torrié. Com chocolate para todos os gostos, a marca distingue-se por escrever contos infantis que se associam ao chocolate vendido, criando assim uma maior relação de proximidade com o consumidor.

A loja do Porto é a mais antiga da Equador, tendo sido inaugurada em 2000. Atualmente, a marca conta com quatro estabelecimentos, no total. O nome “Equador” não se prende com o país homónimo, mas sim com a linha que divide o Mundo em dois e ao longo da qual se encontram os principais países produtores de cacau.

Para além de produzir chocolate em diversos formatos – tabletes, trufas, bombons, entre outros -, a chocolataria tem também uma representação tridimensional, em chocolate, da vila retratada nos contos.

Relativamente aos preços, estes variam bastante dada a diversidade de produtos que a marca possui. As trufas podem ser adquiridas à unidade por menos de 1 euro, ou em caixas de 12 ou 24 unidades por 12 euros ou 24 euros, respetivamente. A tablete de chocolate com vinho do Porto pode ser comprada por 8 euros.

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O bom chocolate faz bem à saúde

Para além das receitas que lhes são encomendadas, a Imperial também é pioneira nos estudos de confeção de chocolates. Apesar de a Internet estar recheada de receitas de chocolate, Valdemar Figueiredo diz que não há propriamente um segredo, mas que “há uma arte de encontrar as soluções que vão de encontro àquilo que os consumidores procuram e que são, ou que devem ser, muito fiáveis às receitas tradicionais”, afirma.

Considera que o segredo está na maneira como confecionam, “esse é o toque que personaliza em termos de textura, em termos de sabor”, não a receita.

No final de contas, com ou sem segredo de confeção, o chocolate já não é só um doce. Cada vez mais há estudos que comprovam os seus benefícios para a saúde. Desde o papel do chocolate negro na circulação sanguínea e atividade cardiovascular, o chocolate “relaxa, o seu consumo dá prazer e retarda até o envelhecimento da pele”, afirma o diretor industrial da Imperial.