No dia 21 de março decorreu uma manifestação em frente ao Canil Municipal do Porto devido às supostas más condições do espaço e também contra o abate dos animais. Após essa manifestação, no dia 30 de março, o Jornal de Notícias (JN) noticiou que o Canil do Porto vai ser encerrado.

Além disso, o órgão de comunicação referiu também que a Câmara do Porto admitiu que aquela infraestrutura está “degradada” e “obsoleta”. Por causa disso, a autarquia prometeu encerrar o canil e construir um novo Centro de Recolha Animal, no próximo ano.

Sandra Silva foi uma das organizadoras da manifestação do passado dia 21 de março e, antes de ser noticiado o fecho da canil, deu uma entrevista ao JPN (ler aqui). Nessa entrevista, Sandra afirmou, por exemplo, que o canil “tem poucas jaulas” e que as existentes estão sobrelotadas, que “não existe um local adequado para quarentena dos animais” e que “não são feitas as esterilizações necessárias”.

Já se notam “grandes cuidados com a limpeza”

Agora, após a manifestação e a notícia de que o Canil Municipal do Porto vai ser encerrado, o JPN falou novamente com a ativista. Na verdade, Sandra Silva só teve conhecimento do futuro fecho do canil através da notícia do JN, porque afirma que Câmara do Porto, até hoje, “não lhe disse absolutamente nada”. Sandra diz que “as reuniões continuam lá pedidas” e que, segundo sabe, “ainda não receberam ninguém até à data”.

Sandra Silva considera que a notícia do fecho do canil “foi só para os fazer calar [manifestantes]” e que, no fundo, “é só um prolongamento” da situação. A também manifestante sente que merece uma resposta do canil após a mobilização popular de há umas semanas. Diz também que o Canil Municipal do Porto “quer demonstrar que vai fazer alguma coisa”, mas que não é “só a fazer um canil novo que as coisas vão mudar”.

Sandra sublinha a parte da notícia do JN em que Filipe Araújo, do Pelouro da Inovação e Ambiente, afirma que vão ser ouvidas, também, “as associações relevantes que têm a ver com os animais”. Em relação a evoluções pós-manifestação no Canil Municipal do Porto, Sandra Silva diz “que se nota grandes cuidados com a limpeza”, que “começaram a esterilizar os gatos” e que “já permitem reservar animais para adoção”.

Quanto às obras de manutenção (colocação de isolamento térmico nos telhados, nova sinalética e pinturas) que Filipe Araújo referiu nas declarações ao JN, a ativista diz que “é mentira”. Sandra refere que “uma parte do canil tem escritórios para veterinários e reuniões” e que “as obras foram nesse local, não onde estão os animais”. Diz também que sabe que a parte onde estão os animais “é muito pequena” e que “não dá para fazer grandes obras”. Mas salienta que “pelo menos na parte dos gatos devia existir um tapamento, porque vem aí o verão e os animais ficam abafados”.