Viajar custa dinheiro. Viajar à volta do mundo durante um ano tem custos ainda maiores. Portanto, o que fazer quando se tem vontade de fazer as malas e partir e o dinheiro não chega? Há quem simplesmente poupe, há quem faça empréstimos, há quem peça ajuda aos familiares e amigos e há quem crie negócios do zero.

Sara Teixeira e Eduardo Rodrigues escolheram a última opção: nascia assim o “Don’t Leave Us Hanging”, um projeto que consiste em plaquinhas de “não incomodar”. Este clássico que se coloca nas portas foi adaptado de forma original, com citações de filmes (“Come in and join the Dark Side”), conhecidas expressões portuguesas (“Volto já! Fui laurear a pevide!” e “Faça a fineza de entrar”) ou frases que se relacionam com a viagem (“Ups! Bad timing, we are out in the world” e “Don’t waist your time, we are travelling the world”).

Antes de iniciarem o negócio, Sara e Eduardo pensaram no que poderiam fazer que se relacionasse com a viagem e com as suas áreas profissionais – design. Por essa razão, Sara admite que se não houvesse esta necessidade, o projeto não existia: “Foi realmente essa necessidade que nos forçou quase a iniciar este projeto. É esse o objetivo, todo o dinheiro da venda das placas será só para a viagem, só para gastos, tanto antes como durante”.

Começaram há cerca de mês e meio, pouco tempo para afirmar se têm tido ou não sucesso, mas Sara Teixeira adianta que têm tido feedback positivo, que as pessoas “gostam muito, acham uma ideia muito criativa”, apesar de nem sempre conhecerem o motivo por detrás do negócio.

Encomendas online

Este negócio não tem um estabelecimento comercial fixo, já que os produtos são vendidos em mercados de rua ou online: por encomenda, na página de Facebook, ou pelo site oficial. Os “door hangers” são de madeira e a tipografia é feita à mão. Estão gravados na frente e no verso, mas é possível pedir gravados apenas de um dos lados.

Existem três tamanhos para todos os modelos: pequeno (8,5 cm x 19,5 cm), médio (20 x 46 cm) e grande (38,5 x 87,5cm), a 6 euros, 25 euros e 60 euros, respetivamente, mais gastos de envio.

O “Don’t Leave Us Hanging” esteve na última edição do Urban Market, no Porto, e aproveitou para introduzir produtos novos, que são, aliás, renovados todos os meses. No geral, as placas mais vendidas são aquelas em português e até se fazem edições limitadas, como para o Dia do Pai.

Sara e Eduardo têm um prazo para viajar: partem em setembro, independentemente de quanto dinheiro conseguirem juntar, de mochila às costas e sem grandes planos definidos. Se for preciso “vender placas à volta do mundo”, diz Sara, “também será feito isso”. O que conseguirem obter do projeto é para as necessidades básicas, como comer, uma vez que não tencionam gastar nada em estadias.

E se calhar de juntarem o dinheiro antes do prazo “acabar”? O projeto acaba? “Depende da aceitação das pessoas em relação ao projeto”, esclarece Sara Teixeira. “Se acharmos que faz todo o sentido continuar, que as pessoas gostam e é uma coisa que querem continuar a ver, não há porque acabar”.

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