A Circus Network é agora a nova “casa” de André Carvalho, Ana ‘Muska’ e Lara Luís. Creceram como coletivo artístico há cerca de três anos e nunca esqueceram a ideia de trabalhar num espaço próprio.  Os jovens optaram por uma localização mais central. Na Rua do Rosário, no Porto, a Circus funciona como galeria e loja com um espaço preparado para co-work.

São mais de 200 metros quadrados onde é possível ver, vender e divulgar a arte e cultura nacionais. Dispõe de dois pisos inteiramente dedicados à promoção e divulgação de arte e ilustração urbana. A Circus está dividida em três áreas: loja, galeria e espaço de coworking.

Na entrada da loja encontram-se exposições de vários artistas, livros e revistas especializados e vinis (patrocinados pela Harborage) de música eletrónica.

Zona de coworking

Preço de aluguer por mesa:

– Uma pessoa: 60 euros por mês
– Para duas pessoas: 90 euros por mês

+ IVA e despesas

A galeria espalha-se um pouco por todas as àreas. Ocupa o rés-do-chão, parte da cave e o logradouro. Conta com artwork de nomes já conhecidos, como Chei KrewThird, OkerFedor e Mesk, e, aqui, as paredes e muros são telas para artistas de rua também poderem praticar e mostrar a sua arte. Contará com uma mostra permanente e exposições temporárias que mudam a cada mês.

O espaço de coworking divide-se entre os dois pisos, com cacifos, 12 generosas secretárias e uma sala de reuniões. Um local de trabalho agradável que prima pela luz das cores do mobiliário e a variedade de cor nas paredes cobertas de arte.

Abertura da Circus superou as expectativas

A Circus abriu portas (com entrada livre) a 11 de abril e fascinou os visitantes pela originalidade de local de trabalho e diversidade de obras expostas. Receberam cerca de mil pessoas, mais do que esperavam, e marcou quem por lá passou. “Conseguimos controlar a multidão e sentimos que toda a gente se divertiu e adorou o espaço”, conta Ana ‘Muska’.

A inauguração do espaço Circus contou com a presença de vários artistas, assim como com várias atividades ao longo do evento. Neste dia, foi também inaugurada a exposição “Bibó Porto, Carago”, resultado de um convite lançado a 15 artistas com trabalhos da cidade, como: “Postus Cale” de Andy Calabozo, “Francesinha”, de Ana Seixas, “Nossa Senhora do Porto”, de André da Loba, “Torre dos Clérigos”, de Mariana Rio, “Andar de cu tremido”, de Mr. Esgar, entre outros.

Na abertura da Circus, o que não faltou, claro, foi música. Para quem lá deu uma espreitadela houve a oportunidade de ouvir artistas conhecidos. Ghettoven, We Bless This Mess, Lasers, e outros, foram a aposta do grupo para uma entrada de “pé direito”.

Na arte urbana, o “Porto ainda tem muito para evoluir, mas está melhor”

Para Ana ‘Muska’, designer, o Porto está num bom caminho, no entanto ainda existe pouca compreensão por parte das entidades públicas em relação a artistas urbanos. O Porto está melhor, mas veem-se mais iniciativas próprias do que, propriamente, apoios.

Uma arte pouco compreendida para ainda muitas pessoas, mas que aos poucos vai abrindo mentalidades. Segundo ‘Muska’, com o novo mandato de Rui Moreira, a perspetiva em relação à arte mudou: “Agora sente-se que a Câmara abriu as portas para algumas pinturas legais na cidade, por isso está um bocadinho melhor”.

“Trabalhar, trabalhar, trabalhar”

Este foi o lema seguido pelos três jovens, que nunca puseram de parte a ideia de criarem o seu próprio espaço com ideias já bem definidas. A Circus era um hobby com perspetiva de um dia se tornar num negócio a sério. Escolheram trabalhar naquilo que acreditam e gostam e esta foi a receita para um passo maior na carreira de cada um.

Ana ‘Muska’ acredita que há por aí vários artistas portugueses a mostrarem o que valem e a conseguir viver da sua própria arte, por isso, não perde a esperança em relação ao futuro dos novos artistas emergentes. O que é preciso é trabalhar, e gostar do que se faz. “Trabalha no que gostas e nunca trabalharás um dia”.

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