Nos dias 4 e 5 de julho, a cidade do Porto recebe a primeira edição do Open House Porto, um evento que tem como principal objetivo a promoção da arquitetura e património edificado. Esta é uma iniciativa anual que, durante um fim-de-semana, oferece acesso a importantes espaços do património arquitetónico e urbanístico do país.
Após três edições bem-sucedidas em Lisboa, o evento chega à cidade portuense, realizando-se nos municípios do Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos. Inteiramente gratuito, o Open House Porto oferece ao público um roteiro abrangente que conjuga referências arquitetónicas nacionais e edifícios históricos.
Os visitantes podem criar o seu itinerário único e visitar os locais de acordo com os seus interesses. Existem ainda visitas guiadas por especialistas. A primeira edição portuense conta com a seleção de 40 espaços e com o arquiteto Pedro Bandeira como comissário.
Alguns dos espaços que o público poderá visitar são a Casa da Arquitectura, a Casa de Chá da Boa Nova, o conhecido Funicular dos Guindais, a Piscina das Marés e a Refinaria Galp. Todos abertos ao público gratuitamente.
Criar o evento no Porto era “vontade antiga”
Inês Marques, coordenadora do Open House Lisboa, explica que trazer o evento para a cidade do Porto, sempre foi uma “vontade antiga, por razões óbvias, que se prendem com a qualidade do património arquitetónico existente”. Com a consolidação do evento em Lisboa, pareceu então aos organizadores uma oportunidade para arriscar na Invicta.
A coordenadora explica que era necessária uma equipa local para “ dar resposta às questões logísticas exigidas por um evento desta natureza”. Para tal, a organização passou a realizar-se não apenas pela Trienal de Arquitetura de Lisboa, mas também pela Casa da Arquitetura (ACA). Para o sucesso do evento foi também crucial o “envolvimento da Câmara Municipal do Porto (CMP), da Câmara Municipal de Gaia e Câmara Municipal de Matosinhos, que permitem a viabilização e implementação deste projeto”.
Divulgação da arquitetura portuguesa
Inês Marques explica que “a cada edição é proposto um roteiro diferente que combina locais emblemáticos e espaços nunca antes abertos ao público”, daí a importância da colaboração com os principais espaços arquitetónicos do país. O comissário Pedro Bandeira realizou a seleção dos diferentes espaços a visitar, procurando apoio nos possíveis parceiros.
Segundo a coordenadora, as diretrizes do Open House Worldwide “exigem que o evento seja organizado por uma entidade sem fins lucrativos e que a entrada nos espaços do roteiro seja gratuita”, algo que é prontamente explicado aos principais espaços recrutados. Para tudo funcionar em conformidade, são definidos, com os proprietários dos espaços, “os moldes da sua participação, tais como o dia e horário de abertura, o percurso, o número de visitas e número de visitantes”.
Os principais retornos deste evento, para quem organiza o mesmo, consiste no rescaldo e nas opiniões positivas após as edições passadas. As opiniões em conta são as dos parceiros ligados ao apoio da iniciativa e as do público. Maria Onofre, voluntária do evento, realça quem um dos retornos é a importância deste evento para a arquitetura portuguesa: “O Open House faz mais pela divulgação da arquitetura portuguesa e da educação pela arquitetura do que muitos eventos e muitas conferências que existem”.
Valorizar a história da arquitetura
Inês Marques afirma que o evento tem como principal objetivo a “promoção e valorização da história, da arquitetura e do património das cidades junto de um público alargado”, isto é, dar a conhecer o panorama arquitetónico português a todos, permitindo ainda um contacto próximo com especialistas, como autores dos projetos e historiadores.
A população tem então a “oportunidade de conhecer espaços das mais diversas tipologias”. E pode conhecer tais através da sua visão ou do ponto de vista de um diferente profissional da área.
Nascido em Londres, no ano de 1992, o Open House já percorreu mais de 28 cidades por todo o globo. A cada edição é proposto um roteiro diferente, combinando locais emblemáticos e espaços nunca antes abertos ao público. Em 2012, foi lançado o evento em Lisboa, pelo Trienal de Arquitetura. Este tem vindo a ter uma forte adesão ao longo dos tempos.