O programa CAMPUS pertence ao projeto Curtas Metragens CRL, responsável pelo Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema, e, nesta edição, os convidados foram o músico The Legendary Tigerman e o realizador Rodrigo Areias, para a realização de um workshop sobre cinema. O resultado final foi apresentado nesta terça-feira, 28 de abril, no Solar de Vila do Conde, uma galeria de arte e cinema.
O conceito do workshop era produzir imagens para espetáculos ao vivo, o desafio era rodar e editar num espaço de quatro dias. Quanto à escolha do formato – Super 8 mm -, Rodrigo Areias explica que “faria todo o sentido que fosse um pouco diferente daquilo a que as pessoas normalmente têm acesso e que fosse algo pensado para película Super 8”, um formato bastante utilizado pelo realizador na produção dos seus filmes. “Desta forma, fazia todo o sentido que fosse para o [Paulo] Furtado, neste projeto ‘The Legendary Tigerman‘, porque é um no qual trabalhamos juntos há muitos anos e onde este formato é muito particular”.
“Não é preciso estudar cinema para se saber fazer cinema”
A cada grupo de participantes no workshop foi atribuída uma música pelo próprio músico, que esteve presente nas sessões e acompanhou os diversos elementos, dando indicações sobre o enquadramento para a produção do argumento. “Fazia todo o sentido que o Furtado estivesse presente, porque produz grande parte dos filmes do projeto ‘The Legendary Tigerman’ e tem uma ideia muito específica e visual para este universo, o que seria bastante enriquecedor para as pessoas que quisessem frequentar o workshop“, conta Rodrigo Areias.
O objetivo era que os participantes apreendessem o mundo do Super 8 mm, mas que o seu cunho pessoal estivesse presente em cada proposta, mesmo sob orientação dos dois artistas. Sobre o formato, Rodrigo Areias pretendia que os grupos “dominassem minimamente técnicas de utilização do Super 8, que é um princípio básico, mecânico, nada digital, nada de pixel ou tecnologia, mas sim de reação da luz e ensaios de prata, porque nesse sentido é que o cinema é feito”, considera.
Tanto os orientadores como os inscritos mostraram-se satisfeitos com o produto final, que se baseou numa lógica de “liberdade de criação”. “A ideia é transmitir princípios básicos e deixar as pessoas filmar. Eu acho que o cinema se ensina em dez minutos, não é preciso estudar cinema para se saber fazer cinema, é preciso vontade e capacidade de trabalhar em coletivo”, afirma Rodrigo Areias.
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