Tudo começou em 2004, quando, organizado pela direção do curso de Cinema e Audovisual da Escola Superior Artística do Porto (ESAP), teve início a primeira edição da Mostra Internacional de Filmes de Escolas de Cinema (MIFEC), a cargo, na altura, de Manuel Costa e Silva, atual diretor do festival.

Costa e Silva afirma que esta ideia surgiu principalmente devido à falta de festivais que acolhessem as curtas e longas metragens que são feitas a nível universitário: “Na altura havia, e ainda agora há, poucos eventos com estas características. Curiosamente, passado dois ou três anos, as organizações dos festivais de cinema profissional, digamos assim, passaram a incluir na programação uma parte dedicada aos filmes realizados nas escolas de cinema. Portanto, a ideia foi que os nossos alunos e professores pudessem ter a oportunidade de confrontar o trabalho que eles fazem no contexto universitário com aquilo que era também desenvolvido nas escolas de cinema um pouco pelo mundo inteiro”.

Assim, o MIFEC recebe todos os projetos universitários propostos, quer a nível nacional e internacional, o que gera um clima de aprendizagem mútua e o fornecer cinema de qualidade que é composto por filmes de diversos géneros, desde a animação ao cinema experimental.

Para além de sessões competitivas, workshops e masterclasses, o MIFEC também atribui prémios em áreas distintas do cinema. Depois da visualização dos filmes propostos, o júri  procede à seleção de Grande Prémio MIFEC, Prémio Especial do Júri, Melhor Filme Português, Melhor Realizador, Melhor Documentário e Melhor Argumento. Caso o júri entenda, podem ser atribuídas menções honrosas.

O Prémio Aurélio Paz dos Reis

A partir da 4.ª edição da Mostra, em 2007, foi lançado, em honra do pioneiro do cinema português, o Prémio Aurélio Paz dos Reis. Este galardão tem como objetivo homenagear uma personalidade portuguesa que tenha contribuído de alguma forma para a divulgação e enobrecimento das artes cinematográficas, como são exemplos o cineasta João Botelho, diretor d’“O filme do desassossego”, e a atriz Leonor Silveira, que participou em filmes de João Botelho e de Manoel de Oliveira.

Na sua 10.ª edição, a Mostra insere também o Prémio Internacional Aurélio Paz dos Reis, com o mesmo objetivo do prémio nacional, mas que se estende a outros cantos do mundo. A revista francesa “TRAFIC” foi um dos vencedores.

Na MIFEC pode-se contar, principalmente, com curtas metragens –  “Nós não pomos qualquer restrição  a nível de tempo ou género. Mas, dado que estamos no contexto universitário, a esmagadora maioria dos filmes que nos chegam são curta e média metragem. Nestes anos do MIFEC terá havido duas a três longas metragens”, revela Manuel Costa e Silva.

O acesso do público a este evento é completamente gratuito. A MIFEC tem vindo a receber cada vez mais apaixonados do mundo cinematográfico que veem neste festival o potencial dos futuros cineastas nacionais e internacionais.