Em 1954 foi construído por Manuel Fernandes de Sá. Agora, o Pavilhão de Exposições foi reabilitado pelos arquitetos Carlos Guimarães e Luís Soares Carneiro. O espaço abriu portas e já apresenta uma exposição. Lúcia Matos, uma das professoras mais envolvidas neste projeto, explica que esta primeira exposição é dedicada aos professores da FBAUP que davam aulas ainda quando a instituição era conhecida como Escola Superior de Belas Artes do Porto.

Os trabalhos exibidos – entre telas e esculturas – representam “como eram as provas de acesso ao cargo de professor de Belas Artes, com um formato muito tradicional”. Para Lúcia Matos, “é interessante verificar-se as formas como os professores foram respondendo ao padrão que lhes era pedido. Os trabalhos revelam respostas individualizadas, criativas e, por vezes, bem-humoradas aos pedidos uniformizados e antiquados que caracterizavam a prova”.

Francisco Laranjo, um dos responsáveis pela reabilitação do pavilhão, considera que “a melhor pedagogia é o exemplo” e, desta forma, o trabalho dos professores vai poder ser admirado também pelos alunos, existindo uma maior partilha entre aqueles que aprendem e aqueles que ensinam.

Júlio Resende, Ângelo de Sousa, Jorge Pinheiro ou José Rodrigues. São estes alguns nomes mencionados por Lúcia Matos quando se fala em “professores que estão hoje na história da arte portuguesa”.

Visitas são gratuitas

O arquiteto Carlos Guimarães adianta ao JPN que, antes da reabilitação do pavilhão, o espaço encontrava-se “com sinais de degradação e adulteração e este trabalho surgiu como uma janela de oportunidade”. O arquiteto espera que esta seja “a primeira intervenção de outras de que a faculdade necessita” e alerta que é preciso que as pessoas não só apareçam na inauguração, mas também que “frequentem e usem o pavilhão”.

Luís Soares Carneiro explica que fatores como “a forma geral, as proporções e o tipo de iluminação não sofreram alterações”. Como exemplo de alterações, aponta a forma do teto, mas salienta que “foi recuperado o que se podia recuperar e, entre o que foi restaurado, usou-se alguma criatividade”.

Para já, quem visitar esta exposição pode perceber em que consistiam as provas de acesso ao cargo de docente naquela área e, ao mesmo tempo, constatar as marcas típicas de cada professor.

O espaço está aberto a toda a gente e pode ser visitado, gratuitamente, de terça a sábado, durante a tarde.

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