“São mais de 80 eventos, dentro e fora de portas, e, como tem sido tradição, num ambiente informal e descontraído”, começou por anunciar o diretor artístico da Casa da Música, António Jorge Pacheco, na apresentação da programação “Verão na Casa 2015”, conhecida nesta terça-feira, em conferência de imprensa.
Alertando desde o início que, por serem muitos os nomes importantes, poderia esquecer-se de algum, conseguiu adiantar os espetáculos que considerou mais importantes.
Na Casa da Música
Dentro de portas, os espetáculos começam com um concerto dirigido especialmente às crianças e às famílias. A Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música apresenta um momento que António Jorge Pacheco considera “lúdico e divertido”, com O Grande Enormo – Zaragata em Si Bemol.
Apresenta-se, no dia 28 de junho, O Jazz de Sassetti, um concerto homenagem ao compositor e pianista português que faleceu em 2012. Conta com a participação de João Paulo Esteves da Silva e da Orquestra Jazz de Matosinhos e custa 12 euros.
Entretanto, a dupla CocoRosie apresenta uma mistura do pop com o eletro, com algumas influências do hip hop, num denominado “freak folk”. O espetáculo decorre no dia 6 de julho e está integrado na digressão europeia da banda. As duas irmãs, Bianca (Coco) e Sierra (Rosie), apresentam o seu último álbum – Tales of Grasse Widow – e os bilhetes custam 25 euros.
No dia seguinte, 7 de julho, O Rappa regressa a Portugal com a digressão Nunca Tem Fim. A banda é conhecida pela forte impacto social no Brasil. No último trabalho, ao som do dub, reggae, rock e hip hop, focaram-se na força e no espírito positivo dos brasileiros. Por 22 euros é possível assistir a este concerto.
E quando a um DJ se junta a uma orquestra? Depois do sucesso que aconteceu em 2013, a ideia volta a ser posta em prática. No dia 11 de julho, a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música vai partilhar o palco com o DJ americano Jeff Mills, que estreia o seu trabalho mais recente: The Planets. A entrada neste concerto custa 25 euros.
No dia 19 de julho, o rap alia-se às melodias e é Criolo que sobe ao palco da Casa da Música. O rapper brasileiro é conhecido, tal como O Rappa, por, através da música, discutir a situação social do Brasil. Neste concerto conta com a colaboração de Lucas Santtana, juntando à música de Criolo mais pop e eletrónica.
Fora da Casa da Música
Já no exterior, também há uma grande diversidade de propostas. “São 28 concertos gratuitos ao ar livre”, anuncia Miguel Araújo, da Unicer, uma das parcerias do evento. A vertente gratuita dos espetáculos foi sublinhada também por Miguel Santos Costa, do BPI, outro parceiro, que explicou que “nem toda a gente tem acesso à Cultura e nunca há Cultura gratuita a mais”.
E para quem está nos Aliados?
Já no fim da programação, nos dias 4 e 5 de setembro, o destaque é dos Concertos na Avenida. No primeiro dia, a Banda Sinfónica Portuguesa transfigura-se e incorpora os anos 30 ao ritmo do swing. No dia seguinte, a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música apresenta a dança tradicional com o som das castanholas à mistura, num Fandango de Freitas Branco.
No dia 23 de junho, PZ é um dos músicos a ajudar nos festejos de São João. Apresenta o seu novo álbum – Mensagens da Nave-Mãe – que continua a afirmá-lo como um músico com um estilo muito próprio no panorama nacional, conhecido por letras desconcertantes e provocadoras, sempre com alguma ironia presente.
Um estilo musical diferente é apresentado por Filho da Mãe, no dia 26 de junho. Rui Carvalho toca guitarra clássica e apresenta músicas influenciadas por outros artistas, como Carlos Paredes ou Paco de Lucia.
João Vieira, conhecido como White Haus, sobe ao Palco Super Bock no dia 11 de julho. O pop e a eletrónica juntaram-se para criar música que faça as pessoas dançar, mas, ao mesmo tempo, a nostalgia está presente nos sons produzidos.
Com tantos talentos a serem explorados durante o próximo verão, António Jorge Pacheco ressalva que só espera que “o clima do verão esteja à altura desta tradição”, sendo que as expectativas são de que o calor se prolongue. Miguel Araújo espera que “a Casa da Música seja a casa de todas as músicas” e Miguel Santos Costa adianta que o espaço “é um marco especialmente no Porto, mas não só”.