Foi no verão de 2012 que as quatro amigas – Luísa Cativo, Supa, Jackie e Tânia Pena – se juntaram para criar uma festa “que trouxesse algo de diferente e que fosse uma coisa divertida”. Nasceu a Thug Unicorn, que reúne, num único conceito, cultura pop, Internet, hip-hop, glitter, tolerância e amor. Em conversa com o JPN, Supa acrescenta: “Mesmo nós, sendo de backgrounds diferentes, conseguimos encontrar na Thug um meio que nos une a todas!”

Esta é a festa que torna real o feed do Tumblr e onde se pode ser um Sea Punk de cabelo azul ou uma diva coberta de glitter. “A festa é para todos! Podes ser um Punk, vires à Thug e divertires-te! Podes ser um tipo do hardcore, vires à Thug, esqueceres tudo o que aprendeste até hoje e divertires-te!”, manifesta Jackie. “O pessoal perde os complexos!”, realça Luísa, acrescentando que a Thug Unicorn é um espaço onde todos estão à vontade para experimentar “vestirem-se de rapariga, de pónei, para usarem glitter e bindis na cara”, pois ninguém será julgado.

Thug Unicorn

O nome da festa partiu da paixão de Luísa Cativo pela “estética das coisas fofinhas, arco-íris e unicórnios” com um toque artístico. As quatro amigas quiseram conferir um ar mais duro e surgiu a palavra ‘thug’. A junção de duas palavras tão diferentes – ‘thug’ e ‘unicorn’ – pretende mostrar a fusão de dois conceitos distintos e a ambivalência da festa, que é, simultaneamente, “fofinha e edgy”. Luísa acrescenta: “Somos todas meninas e queríamos dar aquela leveza ao hip-hop, porque, normalmente, associa-se as festas de hip-hop a um ambiente mais masculino e a Thug Unicorn é só play-time”.

O que começou por ser uma festa para os amigos, que Luísa descreve “como uma festa de pijama a passar música no YouTube”, logo cresceu de forma espontânea e criou uma legião de seguidores. Segundo Supa, o sucesso crescente da Thug Unicorn deve-se à cultura mundial da Internet em que se inspira. Para Jackie, o Facebook e o Instagram são os melhores aliados na divulgação da festa e, é claro, “a componente visual” também é sedutora.

Num misto de “sorte e timing”, na altura em que “começaram a explodir várias tendências da Internet”, surgiu a Thug, que acompanhou o desabrochar de artistas subversivos como Mykki Blanco, abrindo espaço a correntes musicais como o queer rap, o pop, o hip-hop e a eletrónica, sem nunca esquecer os grandes hits, porque “faz parte da personalidade da Thug Unicorn mostrar esses dois mundos”, afirma Supa.

Público é “super jovem e bastante versátil”

Tão diverso quanto o estilo musical é o seu público, que encontra na Thug Unicorn um ponto em comum onde tudo é permitido. Supa descreve-o como “super jovem e bastante versátil”, enquanto Luísa defende que “toda a gente é bem-vinda” e o único limite imposto “é respeitar os que estão à tua volta, da mesma forma que queres ser respeitado”.

A moda é uma componente visual muito forte e o público leva o uso do dresscode ao expoente máximo. Supa revela que “é importante para a festa, porque as pessoas gostam de se expressar através do que vestem e de uma maneira bem mais excêntrica na Thug Unicorn”, mas acrescenta que “não é uma festa com dresscode.

A Thug Unicorn completa em agosto três anos e, segundo as anfitriãs, o balanço é muito positivo. Luísa mostra-se surpresa com o sucesso da Thug Unicorn, enquanto Jackie acrescenta que “as pessoas sentem um carinho enorme pela festa”.

As quatro amigas não fazem planos para o futuro, mas prometem continuar a divertir as noites do Porto. Luísa afirma que ponderam a ideia de realizar a Thug Unicorn fora de Portugal, mas garante que o mais importante é estar atento a novas oportunidades.

Esta terça-feira, a Thug Unicorn regressa às 23h30 na Gare Porto, com participação de BLASTAH, NO FUTURE e VJ s-ara.