A decisão de abandonar a vida citadina – “não foi nada fácil”, desabafa Paulo – foi tomada devido à necessidade de uma “viragem” na vida deles; assim, decidiram começar do zero numa área totalmente diferente da que estavam habituados. Se antes eram ambos ligados ao setor financeiro, hoje, o dia é vivido numa realidade bem diferente, em Vizela, na Quinta de Silvares, tendo o terreno sido alugado à Diocese do Porto através de um projeto de reabilitação.
O que começou como uma atividade em part-time, rapidamente passou a ter outra importância a partir do momento em que conseguiram arranjar um terreno com uma dimensão “atrativa”. Assim, o contacto com a agricultura cresceu e a “vida mecanizada” vivida no Porto foi, segundo Paulo Peixoto, abandonada em prol de uma “vida mais saudável”.
No entanto, o casal só abraçou este projeto por ser um sistema produtivo que “mantém a saúde dos solos, dos ecossistemas e das pessoas”, isto é, uma agricultura biológica que se baseia nos ciclos naturais e na biodiversidade adaptados às condições locais, longe de químicos.
O jovem agricultor acredita que Portugal tem “todo o potencial” para fazer o setor agrícola crescer, mas existem “demasiadas burocracias” para que a ajuda seja, de facto, real. Por exemplo, o casal tentou submeter um projeto de desenvolvimento rural em 2014, mas não obteve qualquer resposta. Agora, esperam “pacificamente” uma posição pela parte do Governo.
O outro sonho do casal passa pela criação de um pomar de macieiras, o que os levou a criar um projeto de crowdfunding para que pudessem angariar os fundos necessários. Até dia 19 de junho precisam do financiamento que lhes permita continuar a expandir o negócio. Com ou sem ajuda financeira, vão continuar a cultivar e a distribuir os cabazes de produtos biológicos que se encontram à venda no site da Quinta de Silvares.
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