A Fundação Grünenthal atribuiu dois prémios a vários elementos ligados à investigação na área da Dor, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) da UP.
O melhor exemplo do sucesso da cooperação entre estas duas instituições é o trabalho “Modulação dopaminérgica na dor neuropática: ação dos recetores D2/D3 de dopamina na reversão de défices de memória espacial”, levado a cabo por investigadores dos dois locais. Em específico, Hélder Cruz, Margarida Dourado, Clara Monteiro, Mariana Matos e Vasco Galhardo. Com este estudo, que pretende aferir se a dor influencia, de forma negativa, a performance cognitiva do ser humano, a equipa conquistou o Prémio de Investigação Básica, no valor de 7.500 euros.
Hélder Cruz, membro principal da investigação em causa, diz, em comunicado, que, até agora, os resultados obtidos “sugerem que a perturbação do equilíbrio da neurotransmissão dopaminérgica pode ter um papel importante na manifestação de défices de aprendizagem e memória em pacientes com dor. De futuro, estes resultados poderão ajudar a compreender como a dor interage com outros circuitos do cérebro de forma a reverter essas perturbações”.
Investigação na doença de Alzheimer vale prémio
No que diz respeito ao segundo prémio atribuído pela Fundação Grünenthal que também tem cunho da Universidade do Porto, a representatividade da UP não é tão grande como no galardão anterior.
Trata-se do Prémio de Investigação Clínica, também de 7.500 euros, em que Isaura Tavares, da FMUP, foi distinguida pelo trabalho “Dor em Doença de Alzheimer: pesquisa de um biomarcador para solucionar o problema da sua subavaliação”, que desenvolveu com Miguel Castanho e Sónia Sá Santos, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), e Sara Matos Santos, do Serviço de Anestesiologia do Hospital de Cascais.
“Esta investigação teve como objetivo contribuir para o estudo da eventual subestimação da Dor e consequente sofrimento em pacientes de Doença de Alzheimer”, explica Miguel Castanho, referindo, também, que o estudo “identifica uma molécula analgésica que, no futuro, poderá contribuir para o entendimento da relação entre Dor crónica e Doença de Alzheimer, além de ser ela própria candidata a molécula que em análises clínicas pode servir de indicador objetivo de suscetibilidade à dor”.