A noite não acaba até amanhecer, mesmo que os últimos acordes do palco secundário se ouçam religiosamente às quatro da manhã, hora de começar a mandar os festivaleiros embora. A after party acontece no campismo, nas ruas da Ericeira ou até nos hostels – mas dura noite dentro. Não interessa se amanhã o calor faz levantar cedo – o dia é de praia e a areia é boa para dormir, mesmo que as colunas da Sumol façam o warm-up para mais logo, com o reggae, a eletrónica e o hip-hop e fazer a banda sonora de Ribeira D’Ilhas.
A praia está cheia e o surf, desta vez, é menos free do que o costume. Está a decorrer o Campeonato Nacional de Surf Universitário (são os alunos das instituições mais a sul que hão-de subir ao pódio e arrecadar os prémios, que incluem bilhetes para o festival, ainda que a Universidade do Porto também tenha marcado presença) e os festivaleiros mais resistentes vão-se mantendo entretidos a ver as manobras.
Mas a festa são dois dias e não há que perder tempo. Com sangue jovem e a energia ao máximo, são muitos os que aproveitam a “Aulas à la Blaya”, no passadiço, para ir preparando o corpo para as danças de mais logo ou até para praticar os famosos twerks.
Afinal, depois do aquecimento de quinta, sexta-feira foi dia de Buraka Som Sistema, que não deixam cair a coroa seja qual for o cartaz. Deram o show a que já habituaram todos os públicos e que o português acompanha como ninguém, com Blaya a fazer babar a plateia – mais do mesmo. Antes, B4 já tinha aquecido as ancas dos mais desinibidos e Chance the Rapper também não desiludiu. O americano fez valer a viagem diretamente de Illinois e encheu o palco principal depois do concerto mais tímido de Tove Lo. Num dia menos concorrido do Sumol, DJ Ride ainda conseguiu acabar a noite de forma exímia, já no Soundsystem: não houve quem mantivesse o pé no chão até ser hora de ir embora e muitos deliraram com os convidados que Ride levou. Valete foi um eles.
Sábado, o recinto recebeu mais gente. Fosse por Rudimental ou Richie Campbell, ambos valeram a pena. Richie foi Richie mais uma vez – e o palco principal encheu para o ver fazer o que ele bem sabe – e a banda inglesa pôs os festivaleiros a cantar hits em uníssono, com “Waiting all Night” a assumir o pico da euforia. Antes disso, The Cat Empire apostaram tudo num concerto enérgico que pôs o festival a dançar com o melhor de jazz e ska, à moda da banda australiana.
A 7.ª edição do Sumol Summer Fest chegou ao fim com Grognation a fechar no palco Soundsystem, mas está de volta para o ano.