Se o paintball mais puro, onde se joga com marcadores e as regras mais específicas, não é para si, existe uma vertente menos conhecida. Carlos Mendes deixou tudo para apostar nesta perspetiva mais inovadora.

Sendo esta aposta um risco tomado pelo mesmo, existe uma história por detrás. Visto que gosta muito de jogar, tinha dificuldade em arranjar mais jogadores para, numa tarde de fim de semana, andar aos “tiros no pinhal”.

Uma vez que uma dúzia de indivíduos estranhos, a disparar bolas de tinta no meio do mato, chamava a atenção da polícia, decidiu, juntamente com a sua esposa, comprar equipamento e, “ao fim de um ano de obras”, abriram a Milícia Urbana.

Dentro de um armazém em Valadares, Carlos Mendes dinamiza jogos para todas as idades num estilo parecido com “Counter Strike”. Enquanto que os mais novos jogam num campo mais pequeno e utilizam marcadores semelhantes a caçadeiras, os mais velhos podem explorar um terreno com maiores dimensões, utilizando réplicas de M4.

O Milícia Urbana faz jus ao nome

Num estilo marcado somente por objetos urbanos, onde os obstáculos são caixas, pneus e mesmo barris, os jogadores dividem-se em duas equipas, usando um fato liso ou camuflado. O ambiente permite a fuga ao paintball tradicional, e, neste armazém, existe arte para além da tinta das bolas.

Este espaço conta diversos grafitis da autoria de Mr.Dheo, onde é possível encontrar imagens de Cristiano Ronaldo e Floyd Mayweather, sendo este último feito num estilo 3D, onde a luva é construída através de materiais como cimento. Segundo Carlos Mendes, o artista já fez diversos trabalhos lá e tem permissão para “pintar sempre que quiser”.

Questionado sobre as diferenças entre este estilo e o tradicional, Carlos Mendes aponta que o seu campo permite a competição entre equipas de 5 ou mesmo de “one-on-one”. Outra vantagem apontada pelo mesmo é a possibilidade de jogar “faça chuva ou faça sol”, apesar de ser um campo pós laboral.

Existem diversos estilos de jogo para todos os gostos

Carlos Mendes explicou alguns dos estilos de jogo utilizados. Para além daquele mais habitual denominado capture the flag (captura da bandeira), onde uma equipa tem de avançar no terreno para apanhar um objeto e levá-lo para a base, a Milícia Urbana implementou um modo de jogo onde uma equipa tem de plantar uma bomba (fictícia) e a outra tem de a desarmar.

Para além disso, existem alguns jogadores que pedem mesmo para apagar as luzes e fazer uma partida totalmente às escuras, onde a audição poderá ser o sentido mais importante.

Neste estabelecimento, os jogadores pagam 10 euros por 200 balas. Visto ser um jogo com poucas lesões, a única certeza é que toda a gente acaba pintada.

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