É com o título “a.bel – Nova Música Interativa” que se irá estrear a nível internacional, na Sala Suggia, um novo conceito musical totalmente diferente.

A ideia por de trás desta iniciativa é mostrar que os smartphones não têm que ser objetos “destrutivos” em experiências sociais coletivas mas sim um meio de interação com capacidades multimédia. Para Rui Penha, um dos organizadores deste evento, docente na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e investigador do INESC TEC, a ideia é que “ao contrário do que acontece noutros espetáculos, queremos que o público mantenha o som do telemóvel ligado e o use para agir ativamente no concerto”, afirma em comunicado. “Também ao contrário do que é usual, queremos que o telemóvel não seja aqui um elemento que interfira com a atenção do seu utilizador, mas antes que una todos os intervenientes numa experiência de partilha coletiva”, explica.

A forma como se vai realizar esta parceria entre organizadores e público é através de uma app móvel gratuita que está disponível desde o dia 5 de outubro para Android e para iOS. De nome “a.bel”, como homenagem a Abel Salazar e Alexander Bell, “esta aplicação fornece, por um lado aos artistas e aos programadores, uma forma de testar e distribuir conteúdos criados para media interativos e, por outro para o utilizador final, uma maneira de participar de forma transparente em atuações ao vivo” diz o investigador. Esta tecnologia, que ajudou a desenvolver, pretende conseguir “conectar um grande número de dispositivos num ambiente fechado com robustez de localização e sincronização”, potenciar “o desenvolvimento de uma plataforma para produção em tempo real” e também “a interatividade entre o público e os artistas num concerto através do uso de smartphones“.

Para que o concerto decorra da forma esperada, é necessário que: em primeiro lugar, os espetadores tragam os seus smartphones com a aplicação instalada e a bateria carregada; em segundo lugar, aquando da entrada na sala de espetáculos é necessário colocar o dispositivo em modo de voo e ligar-se à rede Wi-Fi disponibilizada para o propósito pelo INESC TEC e pela Casa da Música; em terceiro lugar, o público tem que garantir que se senta nos devidos lugares marcados nos seus bilhetes. Depois disso, apenas será necessário clicar onde diz “Go!” e estará tudo pronto.

As peças a serem realizadas na sala de concerto serão interpretadas por André Dias na percussão, Gilberto Bernardes no saxofone, o Digitópia Collective, o coletivo responsável pela criação musical com tecnologia.  A autoria das peças cabe a Carlos Guedes (INESC TEC e New York University em Abu Dhabi), José Alberto Gomes (Casa da Música), Neil Leonard (Berklee College of Music, Boston USA) e Rui Penha (INESC TEC e FEUP), que também irão interpretar algumas peças.

O evento é desenvolvido pelo Instituto de Engenharia e Sistemas de Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e tem início previsto para as 21h30 do dia 26 de Outubro. Decorrendo no âmbito da celebração dos 30 anos do INESC TEC, conta com parcerias da NOS, Huawei e Pingpost.

Para além da app, os bilhetes também se encontram disponíveis desde o dia 5 de outubro e têm um custo de 10 euros.  Os bilhetes estão disponíveis na Casa da Música e outros lugares habituais.