Como dar resposta aos problemas da cidade? Depois de ter recebido mais de 300 desafios e ideias para melhorar a cidade, a Câmara Municipal do Porto propõe agora aos empreendedores tecnológicos encontrar soluções para os resolver.
O “Desafios Porto” surgiu para solucionar problemas. Até ao dia 1 de agosto, a autarquia envolveu os habitantes da cidade no projeto que pretendia recolher questões. O que está mal na cidade e o que é necessário fazer para resolver estes assuntos? A adesão dos portuenses foi clara: mais de 300 desafios foram lançados à Câmara, problemas da cidade que querem ver resolvidos e que estariam integrados em quatro temáticas: Saúde e Bem-estar, Mobilidade e Ambiente, Cidade Digital e Energia.
Após avaliar as mais de 300 propostas, a Câmara, em conjunto com seus parceiros e patrocinadores do projecto, anunciou quais os 16 desafios que chegaram à fase final. Para cada uma das categorias foram apurados quatro problemas, dos quais um de cada sairá vencedor e verá o seu desafio solucionado. Agora é preciso encontrar soluções tecnológicas que os resolvam e, por isso, a Câmara lança um convite à escala global, para startups e empreendedores tecnológicos que estejam interessados em participar. “O foco do Desafios Porto é simples: promover o desenvolvimento de soluções tecnológicas que consigam dar respostas inovadoras e escaláveis aos desafios selecionados. Simplificando, desenhar soluções que vão ao encontro de anseios reais manifestados pela população”, lê-se em comunicado.
Assim, na área da Saúde e Bem-estar, as propostas escolhidas são muito variadas, desde o desenvolvimento de ferramentas para facilitar a integração necessária ao envelhecimento, à criação de um espaço no Parque da Cidade onde se possam guardar os objetos pessoais para quem pratica exercício, passando pela formação de uma plataforma que permita reservar instalações desportivas. Para quem gosta de ir beber um copo sem ter de se preocupar, é sugerida a criação de uma plataforma de boleias para quem quer sair à noite e não quer levar carro.
Já para a Energia, propõe-se a criação de um circuito que ajude a melhorar a energia da via pública, uma aplicação para medir a pegada ecológica hídrica dos cidadãos, sistemas de autoconsumo que ajudem na sustentabilidade económica e também ciclovias que captem energia solar para produzir electricidade para a via pública e, até, utilizar essa eletricidade nos semáforos e candeeiros de rua.
Como é expectável, na categoria de Cidade Digital todos os desafios estão ligados às novas tecnologias, nomeadamente aos smartphones, com a criação das mais variadas aplicações: uma que permita o pagamento dos transportes públicos, que mostre os eventos que se estão a passar na cidade em tempo real, que indique os consumos de água, gás e eletricidade ou ainda que permita reportar as avarias e necessidades de cada portuense para a intervenção da autarquia.
Por fim, para a área Mobilidade e Ambiente sugere-se a criação de um mecanismo que leve os produtos frescos a casa, de sensores inteligentes para estacionamento que possam ser vistos em app, de um sistema de aluguer de carros competitivo ou ainda de um sistema que ajude a perceber a circulação de veículos de emergência.
Em suma, o programa “Desafios Porto” quer aliar o dia a dia portuense à tecnologia, procurando apelar aos empreendedores que criem soluções reais e concretizáveis.
50 mil euros para a melhor solução
Apresentados os desafios, é preciso resolvê-los. No dia 15 de novembro, o “Desafios Porto” dá por concluída a segunda fase do programa municipal que consiste na caça de soluções. A solução vencedora de cada área de intervenção irá ser financiada até 50 mil euros, assumidos pela Câmara Municipal do Porto e os seus parceiros – EDP, NOS, CEIIA (Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel) e Ernst & Young- , além de um apoio de consultoria até aos 12.500 euros por projeto, cedidos pela Ernst & Young.
Em comunicado, a autarquia explica que, com este projeto inovador, a cidade “firma assim a sua posição na dianteira da inovação à escala urbana com um forte impulso para o desenvolvimento económico”.