A organização da assembleia geral do Forum for European Journalism Students (FEJS), no Porto, integrou estudantes de Ciências da Comunicação, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), eleitos em edições anteriores do FEJS, dando assim lugar a este fórum, no Porto.

Uma das alunas responsáveis pela organização do FEJS, Mafalda Miranda, partilhou que a preparação do fórum foi feita durante um ano. A estudante confessou que a maior dificuldade que os estudantes sentiram foi conseguir apoios financeiros, embora tenham contado com o apoio da Universidade do Porto (UP) e do curso de Ciências da Comunicação. Cada participante pagou 130€ que serviram apenas para a estadia e a alimentação.

Sobre o tema escolhido para este fórum, Mafalda explicou que, “para além de ser o tema mais atual presente nos meios de comunicação social”, os estudantes “desejam também combater as barreiras que existem no jornalismo”, principalmente com a “falta de transparência”, e perceber a perspetiva de cada país acerca da situação atual.

Friso Veenstra, holândes e secretário geral do FEJS, falou da importância de iniciativas como esta, e partilhou que, pelas diferenças que existem na forma como o jornalismo é ensinado nas universidades dos vários países europeus, a ambição é que este fórum possa ser “algo extra” para que os estudantes “não se limitem apenas ao que aprendem nas aulas”, mas possam ir e pensar “além fronteiras”.

Lucija Pongrac esteve pela primeira vez na assembleia geral do FEJS. A estudante da Croácia foi ao primeiro fórum em 2012, na Holanda, e, desde então, nunca mais abdicou da sua participação.
A estudante de jornalismo destacou o facto de os participantes poderem partilhar como é vista e sentida determinada situação nos seus países, “como a sentem na sua própria pele”, e daí ser importante a “ligação abrangente” que é criada.

No período em que o FEJS decorreu na cidade do Porto houve também lugar para novos projectos, tal como a plataforma online que todos os participantes decidiram criar este ano, sobre o tema dos refugiados, e na qual será partilhada informação sobre o assunto, com dados estatísticos e perspectivas dos diferentes países, e também todo o material desenvolvido ao longo dos cinco dias de fórum. A plataforma já foi apresentada na página do facebook do FEJS e será lançada, em breve, também no site.

O ponto alto do fórum foi durante a manhã de sábado, na qual os estudantes participaram em três palestras, com os oradores Vanessa Rodrigues, jornalista, documentalista e, atualmente, professora (Universidade Lusófona), com o tema “Entre refugiados, esta vida por um fio”; Claúdia Pedrosa, jurista do Conselho Português para os Refugiados (CPR), com o tema “Proteção Internacional em Portugal: o papel do conselho português para os refugiados”, eJorge Marinho, professor na Universidade do Porto, com o tema “Crise dos refugiados na Europa: Media, Persuasão e Semiótica”.

Trocas de experiências e um processo de aculturação, entre 50 estudantes, de 13 nacionalidades diferentes, foi o que se viveu no FEJS, um fórum que se reúne pela quarta vez em Portugal, e que acontece duas vezes por ano, em diferentes cidades da Europa.