A arte está por todo o lado na cidade do Porto. Ainda assim, cada vez mais a rua Miguel Bombarda, bem no coração da cidade, tem sido o verdadeiro espaço para albergar as mais diversas configurações de arte. Inúmeras galerias vão ilustrando o espaço, num ciclo criado pela Câmara Municipal do Porto (CMP), através da Porto Lazer e da associação Bombarda Porto Art District.

O JPN partiu numa viagem cultural à procura das galerias. Estas, reúnem um conjunto variado de temas, técnicas e artistas conceituados.

Na Ó Galeria a exposição de Carolina Celas, “Private Landscapes“, aprimora o espaço. As obras revelam um caráter menos abstrato, sempre focado no ser humano e no mundo, retratados com cores leves e alegres. Esta exposição serve de projeto final de Mestrado na Royal College of Art, em Londres, onde a artista está a terminar o curso. Os quadros remetem tanto para a rotina do dia a dia como para mundos paralelos, sempre centrados em personagens humanas.

Na galeria Trindade, os artistas Cristina Vela e Júlio Serrano revelam um caráter disfórico com personagens e cores melancólicas. A própria luz da galeria está preparada para dar ao público uma sensação de nostalgia. Cada tela da exposição, “Terra Sedenta”, tem por base um ditado popular de Espanha, país onde ambos estudaram Belas Artes. Ao todo, Cristina Vela é detentora de 9 prémios relacionados com o seu trabalho.

Mais à frente, na galeria Ap’arte, a exposição revela-se mais vanguardista. João Noutel criou peças que remetem para a rotina dos portuenses, deixando, ao mesmo tempo, patente a singularidade com que trabalhou as telas. A natureza desta exposição, “Local Station“, evidencia um mediatismo do próprio dia a dia. O artista conseguiu tirar partido de elementos comuns e fundi-los em criações eufóricas e coloridas.

Na mesma galeria, a segunda exposição, “E surpreendentemente a Liberdade”, de Mário Vitória, revela um caráter mais negativo. As cores e as formas das suas telas são coloridas e alegres. A mensagem que o artista deixa é, contudo, bem mais satírica do que aparenta. Os retratos remetem para a emigração. Esta foi a forma que o artista encontrou para reproduzir o cenário atual em Portugal. As peças tentam sensibilizar para o flagelo de uma forma subtil e discreta, mas cuja mensagem não deixa dúvidas aos olhares atentos.

Adiante, na galeria João Lagoa, não existem temáticas certas. Aqui, os visitantes deparam-se com uma amálgama de artistas e temáticas com diferentes visões, técnicas e abordagens. Nomes como Noronha da Costa, José Pedro Croft, Rui Sanches, entre outros, não são desconhecidos a esta galeria. Nesta exposição coletiva em particular, impera o abstracionismo e o figurativismo.

A última galeria visitada pelo JPN, a Símbolo, tem em exposição trabalhos de uma mescla de artistas que já são parte intrínseca da galeria. Nas telas não é possível identificar uma só temática: existem várias. Um ponto em comum é a pequena dimensão de todas as peças. A galeria desafiou os artista a exporem as suas obras mais pequenas. Por este motivo a exposição apelida-se “Pequeno Formato”.

Para todos os apreciadores de arte, este é um projeto imperdível. O objetivo é difundir diferentes correntes artísticas, bem como divulgar nomes de artistas que, através da arte, mostram ao mundo a sua visão e as particularidades das suas técnicas e obras. Deste modo é possível impulsionar um processo cultural que coloca o Porto, e, consequentemente Portugal, na ribalta do quadro artístico da atualidade.

Veja aqui algumas fotografias das galerias

(Para ver em grande clique numa das imagens à escolha)