Após um ano de projeto, o Grupo de Intervenção e Ação Humanitária, “GRITAH“, arrancou para aquela que é a sua primeira grande “aventura”. David Cerqueira, um dos voluntários da associação, esteve à conversa com o JPN explicou como é que nasceu a vontade de ajudar e fazer mais.
“A ideia surgiu com a nossa amiga Tânia, que decidiu ir à Guiné Bissau e depois quando voltou convenceu-nos que tínhamos de trabalhar pela Guiné Bissau, pelos direitos humanos. E, foi nesse sentido, que nos começamos a mobilizar, a fazer recolhas de papel e agora a ter de dar este salto para que as coisas se concretizem”, clarificou. O primeiro grande objetivo passa pela construção de uma escola para ajudar as crianças.
Acompanhado de mais dois elementos da associação e do padre André, vigário em Felgueiras, David partiu, no passado domingo, num jipe rumo a Bissau. Consciente das dificuldades que vai encontrar, acredita que é através da generosidade das pessoas envolvidas no projeto que as vai conseguir ultrapassar.
O jipe vai ser entregue ao bispo de Bissau e ficará ao serviço da comunidade. Considerado por muitos o “expoente máximo do paraíso e do inferno”, como referiu David, o continente africano é uma incógnita prestes a ser desvendado por estes jovens. “É um trabalho de todos e juntos podemos fazer a diferença”, indicou, confiante.
Quer apoiar esta causa?
Se quiser ajudar a associação, basta ir ao site do GRITAH e seguir todos os passos passos para se tornar voluntário ou simplesmente contribuir com donativos. Ainda assim, pode acompanhar o desenvolvimento de todo este projeto de sorrisos, através da página do facebook ou até mesmo do instagram.
Os primeiros passos e a oferta do jipe
Desde a criação da associação, em 2014, que os cerca de 30 voluntários fizeram uma recolha de 200 mil quilos de papel. A venda foi o primeiro passo para conseguirem angariar fundos para a construção da escola. Os apoios que receberam foram também muito importantes.
João, outro do voluntário do projeto, afirmou que o feedback tem sido positivo. “As pessoas mesmo não tendo muitas possibilidades, e realmente queixam-se sempre disso, quando começam a ouvir o projeto, quando começam a envolver-se com o projeto são de uma solidariedade e de uma simpatia incrível”, afirmou.
Um outro apoio fundamental ao “GRITAH” foi o padre Almiro. Padrinho do projeto foi o grande impulsionador que, juntamente com a paróquia, ofereceu o jipe à associação, permitindo que a ideia inicial fosse colocada em prática. O jipe será um ponto de começo, uma porta para ajudar e fazer com que os recursos sejam mais facilitados.
O trabalho dos que ficam
João afirmou que o essencial vai ser manter contacto com os voluntários que vão para a Guiné, para ver como é que as coisas estão “no terreno” e, desta forma, fazer com que as pessoas possam acompanhar o trabalho desenvolvido por eles.
Para os que ficam, várias são as ideias em mente, no entanto, segundo a associação, “é uma questão que ainda não está muito bem explorada”.
A mudança de mentalidades e a efetivação dos Direitos
“O trabalho está todo por fazer, mas é enorme o que há para fazer”, notou David. Considera que a educação é o primeiro grande passo para se atingir a igualdade e que o maior desafio dos jovens é “conseguir que o que o passado conseguiu consolidar, agora seja efetivado”.
O trabalho não passa só por construir uma escola. Depois de a construir é necessário conseguir geri-la e, para além disso, tem de se ter conta todas as outras escolas que faltam construir, “não só na Guiné, mas também na Etiópia”, acrescentou.
Mais que ajudar, a associação quer ser um marco na educação e na luta pelos Direitos Humanos, de maneira a conseguir mudar mentalidades e conseguir a efetivação dos mesmos.