Dividida entre Porto, Matosinhos e Lisboa, a 9.ª edição da ExperimentaDesign vai apresentar 45 eventos, reunindo o trabalho de 268 participantes de mais de 20 países, com uma forte presença do trabalho de designers portugueses. No fundo são quatro as grandes exposições que se vão espalhar pelas três cidades do país: uma no Porto, uma em Matosinhos e as restantes duas na capital.

As far as the mind can see” – Tão longe quanto a mente pode ver – é o motor de arranque de mais uma edição da bienal ExperimentaDesign. Este ano, a cidade do Porto junta-se a Lisboa e inaugura esta quinta-feira, dia 12 de novembro, a exposição que reúne mais de 60 trabalhos de 28 designers de comunicação de todo o mundo. O indivíduo, a mente e a criatividade são a chave de uma exposição instalada no Palácio dos Correios, junto dos Paços do Conselho e da Avenida dos Aliados, que contempla ainda peças de comunicação para transmitir as várias dimensões do tema ao público.

Assim, com curadoria de Mirko Ilić, João Castro e Marco Balesteros, a exposição ilustra o processo criativo de artitas portugueses e estrangeiros. Entre os portugueses destaca-se o portuense Ricardo Leite, licenciado na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), João Drumond, Marta Veludo, Non Verbal, entre outros.

O tema de destaque da edição de 2015 pretende fazer uma ligação com a edição anterior, de 2013, cujo tema foi “No Borders”, ou seja, o expandir de fronteiras e abrangência coletiva. Assim, a capacidade de “ir mais além” e de quebrar a rotina do indivíduo será o enfoque central desta EXD’15. “É sobre a dinâmica intelectual individual da produção criativa, e essa faculdade de ver até onde a mente nos permite, que esta 9.ª edição da Bienal se centra, observando-a em tempos e geografias diferentes”, escreve a organização.

A inauguração da exposição está marcada para as 19h no Palácio dos Correios desta quinta-feira. Mesmo após a notícia do falecimento de Paulo Cunha e Silva, vereador da Cultura do Porto, a presidente do ExperimentaDesign, Guta Moura Guedes decidiu manter a inauguração para o dia 12 de novembro, por considerar que seria a melhor maneira de o homenagear. A exposição permanece no Gabinete do Munícipe até ao dia 20 de dezembro.

Uma das grandes novidades desta bienal é, pela primeira vez, a descentralização da ExperimentaDesign de Lisboa para o Porto e Matosinhos. De acordo com a Experimenta, esta decisão “permite não só ampliar o acesso aos conteúdos a novos públicos, mas também uma implicação mais ativa da comunidade criativa do Norte do país”. A outra novidade desta 9.ª edição passa pelo reforço da bienal sobre a “criatividade falada em português”, com a apresentação de uma exposição resultante de um projeto desenvolvido em África, nos países de língua portuguesa. Para além disso, a ExperimentaDesign volta em 2015 com uma redefinição do serviço educativo, com a aposta na formação através de cursos.

Também a vizinha da Invicta, Matosinhos, está no roteiro do design a partir desta quinta-feira. A Galeria Nave, na Câmara Municipal de Matosinhos, vai acolher a exposição “Desejo, Tensão, Transição — Percursos do Design Português” durante a tarde do dia 12 de novembro, mais precisamente às 16h. Com curadoria geral de José Bártolo, a exposição reúne 16 módulos autónomos e aborda temas tais como a ligação entre design e política no período do Estado Novo, a evolução da cerâmica portuguesa ao longo do século XX, ou ainda o panorama atual do design de tipos de letra em Portugal. Todos os trabalhos pretendem refletir sobre o design português nas suas diferentes vertentes como o design do produto ou multimédia, mobiliário ou editorial. A exposição estará disponível até março do próximo ano, na Galeria Nave, edifício que tem acolhido, ao longo do tempo, várias exposições.

A exposição do Porto e tema central desta edição, “As far as the mind can see” desdobra-se para a capital com a apresentação da exposição “As far as the eye can’t see” na sexta-feira à noite no Picadeiro Real do Museu Nacional dos Coches. Já no sábado, dia 14 de novembro, o Torreão Poente da Cordoaria Nacional, em Lisboa, recebe “From hands to mind“.

Esta última é a exposição de resultados obtidos com a pesquisa em no continente africano e que teve como questão de partida: “O que é o design em África?”. A descrição apresentada pela Experimenta fala “num mapeamento das competências associadas às artesanias locais em três dos países africanos de língua portuguesa, Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, numa óptica da cultura de projecto contemporânea”.

A par das exposições de maior envergadura serão realizadas na capital algumas conferências e iniciativas culturais.