A conferência começou com a intervenção de John Greenfield. “Situação sem uma solução à vista” foram as palavras do diretor do curso de Línguas e Relações Internacionais da Faculdade de Letras da Univesidade do Porto (FLUP) para descrever a crise de migrantes. Acrescentou que a crise não se limita ao fluxo de refugiados, mas à chegada destes aos novos países.

A presidente do Núcleo de Estudantes de Relações Internacionais (NERI-UP), Inês Consonni, apresentou a mesa que contava com Marisa Matias, André Matos, Manuel Cunha e Irmã Irene.

André Matos foi o primeiro a falar e fez o enquadramento jurídico do tema. Destacou, ainda, o papel normativo e não militar da União Europeia (UE). O professor da Universidade Portucalense (UPt) afirmou que “garantir os direitos de asilo aos refugiados não é uma cortesia, é o cumprimento de uma obrigação internacional.”

Seguiu-se Marisa Matias, candidata pelo Bloco de Esquerda (BE) à presidência da República, que iniciou o discurso pondo em causa a sobrevivência da UE a uma possível “sobreposição de crises”: financeira, económica, humanitária e, no futuro, identitária. Para a eurodeputada, a única saída é “a resposta solidária” e a “não conivência com os regimes ditatoriais”.

Manuel Cunha foi o terceiro a falar e centrou-se em caracterizar o papel da Amnistia Internacional. “Não somos humanitários nem assistencialistas, lutamos pelos direitos” admitiu. Finalizou a intervenção, relembrando que a “luta pelos direitos civis também é importante em democracia”.

Depois da pausa para almoço, iniciou-se o debate com André Matos, Manuel Cunha e Irmã Irene. Discutiram-se temas como a segurança hoje no espaço europeu, terrorismo, democracia, xenofobia e racismo.

A conferência terminou com declarações da presidente do NERI-UP. “Seremos nós que decidiremos que tipo de Europa somos”, rematou a estudante. Em conversa com o JPN, Inês Consonni explicou que o objetivo da conferência foi “corrigir alguns pontos de vista que estão a ser divulgados pelos media”.

Sobre o balanço, a estudante da FLUP afirmou: “fomos definitivamente uma máquina bem oleada, todos trabalharam e houve muita comunicação. A reitoria recebeu-nos muito bem. Foi essencial ter o apoio do director de curso e dos colegas”.

Para o próximo semestre a presidente garante que vão realizar as Jornadas de Relações Internacionais. “Vai ser um grande evento do segundo semestre que vai mobilizar ainda mais pessoas”, referiu.