O arranque oficial aconteceu no passado dia 8 de dezembro, mas é esta quarta-feira que o cinema começa a preencher os espaços. Após a inauguração da exposição “Terceiro Andar” de Luciana Fina no Espaço Mira, a programação do IV Family Film Project viaja agora ao Teatro Carlos Alberto (TeCA) que durante os próximos dias será o “centro nevrálgico” do festival. E não é só de cinema que respira a iniciativa: a quarta edição conta também com exposições, conferências e workshops. Assim, também o Coliseu do Porto vai albergar o projeto, cedendo o espaço no dia 12 de dezembro para os workshops com as crianças.

A intimidade, a precariedade, a memória e o alternativo. Estas são algumas das referências para as dezenas de filmes disponíveis no festival. Esta quarta-feira, dia 9 de dezembro, os “muros” da atualidade social e política vão estar em discussão no TeCA, numa conferência desenvolvida em parceria com o Instituto de Filosofia (IF) da Universidade do Porto (UP). Este debate, realizado às 16h, conta com a participação do fotógrafo Daniel Blaufuks, do arquiteto e cenógrafo João Mendes Ribeiro e do geógrafo Jorge Ricardo Pinto e será um dos pontos chave deste dia. Para além disso, a programação para o primeiro grande momento do festival conta com a inauguração de outra exposição da artista convidada Luciana Fina, “Vue Portraits“, com a apresentação do livro “Deslocações da Intimidade” e ainda com a sessão 1 às 21h, com quatro filmes.

Bilhetes

Para poder participar neste ciclo de cinema, saiba que o preço dos bilhetes é variável: se for estudante, cada sessão tem o custo de um euro e meio, passando para três se adquirir o bilhete normal. O passe geral do festival tem o custo de 15 euros. Os bilhetes encontram-se à venda no local da sessão.

Até ao próximo sábado, dia 12 de dezembro, são mais de 40 os filmes que vão ser apresentados no Carlos Alberto, num programa que divide três secções temáticas distintas: “Vidas e Lugares”, nos dias 10 e 12, “Ligações”, no dia 11 e “Memória e Arquivo”, nos dias 9 e 12. Esta será a organização da competição competitiva, mas há também lugar para as sessões não competitivas, nos últimos dois dias do festival.

Um dos nomes sonantes da quarta edição do Family Film Project é o da realizadora italiana Alina Marazzi, júri do festival, que vai também apresentar alguns dos seus trabalhos, centrados sobretudo na “subjetividade feminina, na maternidade e na memória”. O próximo dia 11 de dezembro, sexta-feira, foi o dia escolhido para esta mostra de cinema da artista convidada, com “Un’ora sola ti vorreide 2002, vencedor do prémio de melhor documentário italiano no Torino Film Festival e “Tutto parla di te de 2012. Os outros dois nomes do júri são António Costa e Cesário Alves.

No que diz respeito às sessões de cinema, estas começam esta quarta-feira às 21h e os restantes dias oferecem três sessões diárias. Com a exceção da última sessão de sexta-feira ser às 19h30, o festival apresenta sessões diárias às 14h15, 16h e 21h. Ao todo são 45 filmes a ser apresentados, obras que reúnem trabalhos de 27 nacionalidades diferentes, selecionados a partir de quase 2000 candidaturas. E há de tudo um pouco: ficção ou documentário e longa ou curta metragem. Para além disso há ainda filmes em instalação da República Checa, de Itália e dos Estados Unidos da América.

Family Film Project define-se como “um ciclo de cinema focado na fronteira entre o público e o privado, entre o popular e o íntimo, entre o global e o local, mas também entre o mainstream e o alternativo, entre o dominante e o precário, ou ainda entre a performatividade (associada tendencialmente à ficção) e o registo documental (que tende a associar-se ao real)”, como se pode ler no site. A iniciativa é desenvolvida pelo coreógrafo Né Barros e pelo realizador Filipe Martins e conta com a  produção do Balleteatro.