Pequenos quadrados coloridos, com diferentes padrões e, acima de tudo, com muita história. No dia a dia é comum vê-los a preencher fachadas, das mais antigas às mais recentes e até já se procura lançá-los na categoria de Património da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Os azulejos estão cada vez mais na “moda” e servem até de recordação para os milhares de turistas que visitam, todos os anos, as diferentes cidades de Portugal.

“Da fotografia ao azulejo. Povo, monumentos e paisagens de Portugal na primeira metade do século XX” é o nome da exposição que inaugura, esta quinta-feira, dia 10 de dezembro, no Museu Soares dos Reis, no Porto. Até ao dia 28 de fevereiro do próximo ano, o projeto comissariado por José Luís Mingote Calderón, convida todos os interessados em explorar a “abundância e riqueza artística do azulejo em Portugal”, pois uma vez que é um forte símbolo identitário do país, a sua presença é notada nos mais diversos locais.

A exposição dá, desta forma, a conhecer o trabalho iconográfico desenvolvido num período específico, na primeira metade do século XX, altura em que o boom dos azulejos se manifestou, tanto em monumentos como em paisagens, no meio rural ou industrial. A partir dessa época, a presença do azulejo começou a ser notória e atingia uma quantidade infinita de espaços, com especial destaque para as igrejas ou palácios. Mas também as praças, as fontes, os mercados e até as fábricas foram sendo preenchidos com esta marca cultural, bem como estações de comboios. A verdade é que quando se pensa na Estação de São Bento, no centro da cidade do Porto, a imagem dos azulejos gravados nas paredes não é indiferente a quem lá passa todos os dias e faz as maravilhas dos turistas.

Até ao próximo ano, Soares dos Reis leva os visitantes numa viagem ao passado para estabelecer uma ligação com o presente, numa exposição que “compara as fontes iconográficas dos azulejos com o seu original”. O projeto inclui as cópias fotográficas dos azulejos nos seus diversos suportes – livros, revistas e postais -, bem como os originais, de modo a “ilustrar a versão moderna desta forma de arte mas também destacar a modernidade gráfica do século XX”.

A exposição “Da fotografia ao azulejo”, inaugura esta quinta-feira ao final da tarde, por volta das 18h30, pela Mostra Espanha. Esta é uma bienal da cultura espanhola que está, pela quarta vez, em Portugal a desenvolver um trabalho, com a promessa de ilustrar “o melhor da cultura contemporânea espanhola”. Desde setembro que a Mostra Espanha, que apresenta mais de 100 eventos e mais de 50 propostas artísticas, se tem dividido entre 13 cidades portuguesas, de norte a sul do país.