O mês de dezembro tem sido marcado pela divulgação, na comunicação social, do novo corpo da Fundação de Serralves, cuja presidência fica agora a cargo de Ana Pinho Macedo Silva, antiga estudante da Faculdade de Economia do Porto (FEP).

No passado domingo, dia 13, o Ministério da Cultura do Governo português anunciou a nomeação dos seus dois representantes para o conselho de administração, também ambos antigos estudantes da Universidade do Porto (UP): Isabel Pires de Lima e José Pacheco Pereira.

Conselho de Administração

Segundo os estatutos da Fundação, o conselho de administração de Serralves é composto por nove membros: um presidente, três vice-presidentes e cinco vogais. Esses membros são escolhidos pelo próprio conselho através de voto secreto, com a excepção de dois, sempre apontados pelo Estado, como está expressamente escrito no artigo 9. Para o próximo mandato, essa escolha foi realizada e anunciada pelo atual ministro da Cultura, José Soares.

Depois de passar os últimos dois triénios na presidência do órgão cultural, Luís Braga da Cruz cedeu a liderança da administração da fundação e passou a integrar o conselho de fundadores, assumindo funções a partir do próximo mês de janeiro. Ana Pinho Macedo Silva, economista e antiga estudante da FEP, foi a escolhida para o substituir. A economista já era parte integrante do conselho de administração, ao ocupar o lugar de vogal desde o ano de 2010.

Além da experiência que ganhou por ser parte integrante da fundação, Ana Pinho Macedo Silva, também teve experiência como administradora da Oporto British School (OBS), na direção da Associação Comercial do Porto (CCIP), e foi, inclusive, CEO da UBS Portugal, entre outros.

À nova presidente da administração juntaram-se então neste fim de semana outros dois alumni da UP, por intermédio da nomeação do executivo. A primeira, Isabel Pires de Lima, foi escolhida por ser conhecida do universo cultural português. Tendo sido responsável pela pasta da Cultura no governo de José Sócrates entre 2005 e 2008, teve ainda o cargo de professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Foi precisamente aí que se licenciou, em Filologia Românica, e foi também aí o lugar onde se doutorou, em Literatura Portuguesa.

O segundo nomeado pelo governo foi o portuense José Pacheco Pereira. O conhecido historiador também se formou na FLUP, no curso de Filosofia. Movendo-se bastante no espectro político na sua vida, foi deputado eleito pelo PSD por várias vezes, mas teve na sua juventude uma participação política ligada ao comunismo, área que ainda estuda, tendo sido também membro da campanha presidencial de Mário Soares.

Atualmente professor universitário do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), tinha também vindo a ocupar um lugar de membro do conselho geral da Universidade do Porto (UP). Nos últimos tempos, tem divulgado a sua nova obra, uma biografia de Álvaro Cunhal, carismático líder comunista português. Publicou no seu blogue, Abrupto, que aceitou o lugar na fundação por ser “não remunerado e sem qualquer prebenda”.

No Conselho de Administração do triénio 2013-15, os representantes do Estado na Fundação de Serralves foram Rui Manuel Campos Guimarães, que ocupou a posição de vice-presidente daquele órgão, e a eurodeputada Elisa Ferreira.