Estreias absolutas e nacionais, ligação a casas de espetáculo mundialmente conhecidas e uma semana completamente dedicada ao teatro. Na passada terça-feira, dia 15 de dezembro, o Teatro Nacional de São João (TNSJ) levantou já a cortina para o que se espera no próximo ano. 2016 abre portas à cidade e aos portuenses com Doce Pássaro da Juventude, de Tennessee Williams, a 14 de janeiro, que traz de volta os Artistas Unidos à casa de espetáculo. Janeiro inicia não só o teatro, como a aprendizagem. O primeiro mês do ano começa também com a comemoração dos 400 anos de Shakespeare, com um seminário liderado pela poetisa Ana Luísa Amaral, sobre a obra do poeta e dramaturgo. Um sábado por mês até junho é o tempo que irá ser dedicado à leitura do trabalho do autor de Romeu e Julieta.
Dos 14 espetáculos levados a cena nos primeiros três meses do ano, assinalam-se sete estreias, algumas das quais absolutas. Dos Mundos Interiores, de Luís Mestre é a primeira, que vai levar ao Mosteiro de São Bento da Vitória (MSBV) entre os dias 15 a 24 de janeiro a solidão no feminino. Quarteto é outro dos espetáculos que dá as boas vindas ao novo ano, que traz ao palco do Teatro Carlos Alberto (TeCA) dois rostos familiares, Albano Jerónimo e Lígia Roque, num perigoso jogo de sedução a partir do dia 21 de janeiro.
Um casa de espetáculo não é uma casa de espetáculo se não assinalar o Dia Mundial do Teatro. Em 2016 o TNSJ vai, uma vez mais, levar a comemoração desta efeméride mais longe e em vez de festejar apenas o dia 27 de março, dedica uma semana total a esta arte. O primeiro dia de celebração é o dia 23 de março, com Beijo em cena no Mosteiro. O espetáculo é produção do Ensemble – Sociedade de Actores e vai percorrer o mundo de várias figuras importantes da literatura portuguesa, de Álvaro de Campos a Eugénio de Andrade.
Um dia após esta estreia, eis que se segue outra, desta vez dupla. Águas Profundas e Terminal de Aeroporto, de Simon Stephens são estreia nacional no TNSJ a 24 de março e conta com a encenação de Nuno M Cardoso e tradução de Jorge Palinhos. As peças tratam de “amor e perda de diferentes formas, bem como a experiência da vida moderna numa cidade onde se chega, se espera ou se parte”.
Guerra. Este é, provavelmente, dos nomes mais sonantes do primeiro trimestre de 2016 no São João. Nos primeiros dias de fevereiro, 5 e 6, o espetáculo encenado pelo russo Vladimir Pankov estará em cena, para voltar ao Natal parisiense de um grupo de jovens artistas, em 1913. Este trabalho foi estreia em 2014, ano do centenário da Primeira Guerra Mundial, no Festival Internacional de Edimburgo. Guerra chega ao Porto por intermédio do festival escocês e do Festival Internacional de Teatro Tchekhov, na Rússia, aproximando assim as ligações do São João com estas casas de espetáculo.
Fevereiro será ainda marcado pela estreia absoluta de Habeas Corpus – Que tenhas o teu corpo, de Ruben Marks, no TeCA entre os dias 26 e 28 de fevereiro para desvendar o fascínio do corpo. Se alguma vez precisares da minha vida, vem e toma-a, de Victor Hugo Pontes estará em cena entre os dis 11 e 13 do mesmo mês, no TNSJ, bem como A Festa (da Insignificância) de Paulo Ribeiro, de 18 a 20, dando a conhecer ao público novos projetos.
Para março há Misterman, de Enda Walsh, entre os dias 4 a 6 no Mosteiro. Depois da estreia em 2014 no Teatro da Comuna, Elmano Sancho, o vencedor do prémio de melhor ator de teatro de 2014, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores ruma ao Porto para contar a história de solidão de Thomas, “um homem/menino que vive numa aldeia fictícia, Inishfree, ou uma aldeia real que vive num menino/homem de 33 anos”.
O último mês do primeiro trimestre de 2016 destaca ainda a estreia absoluta de (Des)Individuação, de José Eduardo Silva no Carlos Alberto. O mote da peça é a “liberdade (ou a ausência dela)” e estará em cena de 10 a 20 de março.