Mais de quarenta habitações e doze famílias. Este é o cenário da “ilha” da Bela Vista, no Porto que está, desde o passado mês de novembro, a ser reabilitada. O processo de requalificação deste espaço é o pioneiro de um longo processo que a autarquia pretende realizar. A vontade já tinha sido manifestado na campanha do presidente da câmara do Porto, Rui Moreira e após a apresentação do estudo“Ilhas” do Porto – Levantamento e Caraterização, realizada em abril pela Domus Social, tornou-se público que o primeiro passo seria, assim, regenerar a Bela Vista.

O estudo contabilizou mais de 900 “ilhas” na área do Porto, que dão casa a mais de dez mil pessoas. O procedimento iniciado na Bela Vista, propriedade pública, será posteriormente replicado noutros locais – públicos e privados – e pode incluir diversos modelos de intervenção, desde a reabilitação de alguns núcleos à demolição. De acordo com a autarquia, a Bela Vista foi a “ilha” escolhida para iniciar a reabilitação deste tipo de habitações por ser a “mais representativa” das pertencentes ao município. Neste local da freguesia do Bonfim optou-se por dividir o processo em duas fases distintas, de forma a que os moradores pudessem permanecer nas suas habitações.

A primeira fase das obras de reabilitação, cujo concurso foi lançado em abril, iniciou no passado mês de novembro e é representativa de um investimento que ronda os 540 mil euros. A câmara do Porto aponta o verão do próximo ano, 2016, para a sua conclusão. O objetivo é transformar as 43 habitações existentes em apenas 35, com mais espaços e melhores condições de habitabilidade, uma vez que grande parte está debilitada e degradada. De acordo com um comunicado emitido pela autarquia aquando do início das obras, o projeto integra “medidas de eficiência energética e valoriza os espaços de utilização comum”.

Com este primeiro momento em curso, no passado dia 16 de dezembro foi publicado em Diário da República (DR) a abertura do concurso público da câmara do Porto para a segunda fase de reabilitação dos “fogos” habitacionais da Bela Vista. O valor base desta fase são 810 mil euros, devendo o processo ultrapassar, no total, um milhão de euros. Os interessados na requalificação do conjunto habitacional terão de apresentar as propostas no prazo de 30 dias, para a execução em cerca de nove meses.

A requalificação já começou no Porto. Aproximar os portuenses, dar novos vizinhos aos atuais moradores das ilhas e revitalizar os espaços são prioridades. Quer o presidente da câmara do Porto, Rui Moreira, quer o vereador do pelouro da Habitação e Ação Social, Manuel Pizarro  vêm no projeto uma “oportunidade de repovoamento” e “não um mal a erradicar da cidade”.