Para eles, a música “é uma saída”. Encontrado o caminho, a ideia é manter a porta aberta. Os membros do projeto OUPA! Cerco, nascido do programa “Cultura em Expansão” da Câmara Municipal do Porto (CMP), estão à procura de material de som para montar um estúdio de gravação comunitário em Campanhã.

Através da página de Facebook do grupo, foi lançado um apelo aos músicos da cidade para doarem equipamento áudio, revestimentos acústicos, instrumentos musicais, cabos e microfones.

Em menos de dois dias, receberam “baixos, guitarras, uma mesa de mistura e tripés para colunas”, exemplifica Tiago Espírito Santo. Mas faltam “colunas, munição” e muitos ítems que o grupo espera receber até ao final do mês.

O psicólogo, parte da equipa técnica do projeto, explica ao JPN que abrir um estúdio de gravação no Bairro do Cerco é “uma ferramenta” para dar continuidade ao projeto, é dar a oportunidade aos músicos de “trabalharem as suas produções musicais” e chamarem “as camadas mais jovens do bairro”.

O grupo de hip-hop formado no âmbito do OUPA! Cerco já passou pelo Rivoli e pelo palco secundário do Marés Vivas.

Raquel Pompilio, Raune Fénix, Kest, Lendária, Cirilo aka Drunk Nigga, Ruubi, Joca e Ricardinho geraram impacto no Cerco. Sobre isso, Tiago Espírito Santo não tem dúvidas: “Eles são vistos como uns heróis no Cerco. São os artistas do bairro, as superestrelas. São vistos como heróis pelas camadas mais jovens e os mais velhos agradecem a forma como estão a representar o bairro”.

Além dos jovens do Cerco, o projeto envolveu uma equipa técnica de que fizeram parte, além de Tiago Espírito Santo, André Tentúgal, Capicua, Gisela Borges, Pedro Cruz, Pedro Nascimento e Vasco Mendes.

O “Cultura em Expansão” de 2015 andou a promover sessões de teatro, dança, literatura, música e performance nas zonas de Aldoar, Bonfim, Bouça, Cerco, Ilha da Bela Vista, Pasteleira e São Vítor. A CMP assegura a manutenção do projeto em 2016, noutras zonas da cidade.