O Super Bock Super Rock (SBSR) é um dos festivais de música mais antigos do país. A primeira edição aconteceu em 1995, na Gare Marítima de Alcântara. Nos anos seguintes passou por Algés, pelo Parque Tejo e pela Herdade do Cabeço da Flauta, no Meco. Pelo meio, andou pelo país e pelo estrangeiro: Coimbra, Gaia, Porto, Vigo e Luanda. Duas décadas depois, o SBSR regressou a Lisboa para ocupar o Parque das Nações, no ano passado, naquela que foi uma das edições mais concorridas de sempre.

Dotado de um formato inovador face aos principais festivais em Portugal, o SBSR apresenta um conceito moderno e cosmopolita. Com periodicidade anual, é organizado pela promotora Música no Coração (MnC), de Luís Montez. O empresário está há muitos anos ligado à rádio – foi diretor da Antena 3 e da XFM e lidera o grupo Luso Canal, do qual fazem parte a Radar, Rádio Amália e Oxigénio, entre outras. Plataformas fundamentais para o trabalho de divulgação dos artistas e bandas que passam pelo festival lisboeta.

O que ouvir?

O SBSR está entre os festivais de rock e música pop mais importantes da Europa. 2016 não fugirá à regra, focando as atenções sobretudo nos amantes do rock e da música alternativa. O grupo The National foi o primeiro cabeça-de-cartaz confirmada. A banda norte-americana vai estar pela décima terceira vez em solo nacional, a 14 de julho, no Palco Super Bock. Liderada por Matt Berninger, a banda é ainda formado pelos irmãos Aaron e Bryce Dessner e Bryan e Scott Devendorf. Os The National já atuaram no festival, em 2010, na primeira edição do SBSR no Meco.

No mesmo dia surge o também norte-americano Kurt Vile, presença há dois anos em Paredes de Coura. O cantor lançou em setembro “B’lieve I’m Goin’ Down”, trabalho que deve preencher a atuação no Palco EDP – situado por baixo da pala do Pavilhão de Portugal na última edição do festival. O espetáculo vai ter ainda o acompanhamento dos Violators.

Jamie XX entra também no dia de abertura do SBSR, no Palco EDP. Engenheiro e produtor inglês, o membro mais novo dos The XX lançou em maio “In Colour”. O segundo álbum de Jamie Smith recebeu várias críticas positivas dos órgãos de comunicação social especializados.No mesmo palco, vão atuar Lucious e Surma.

Bomba Estéreo sobem ao palco Calsberg no mesmo dia, prometendo os ritmos latinos pelos quais já são conhecidos. Ainda no palco Calsberg, atua DJ Shadow

O cabeça de cartaz do segundo dia é Iggy Ppop, um dos músicos punk-rock mais influentes de sempre. O artista sobe ao palco Super Bock para apresentar o seu mais recente albúm, “Post Pop Depression”.

No dia seguinte, aparece no mesmo recinto Mac DeMarco. O músico canadiano já esteve por diversas vezes em Portugal. Em 2015, lançou “Another One”, um ano depois de ter editado “Salad Days”.

Também a 15 de julho entram em pista os Bloc Party, no Palco Super Bock. “Hymns” coloca termo a um hiato de quatro anos e afirma o ressurgimento de uma das mais reconhecidas bandas da última década. Apesar de ainda não ter sido editado, já são conhecidos dois ‘singles’ de avanço: “The Love Within” e “The Good News”.

No mesmo palco, Kwabs apresenta “Love + War”, numa mistura de R&B, Soul e Gospel. O dia termina com Pás de Problème, Petite Noir e Rhye.

Kendrick Lamar é o terceiro cabeça-de-cartaz já revelado pela organização do SBSR. O norte-americano vai atuar no Palco Super Bock a 16 de julho. Este vai ser o segundo concerto do ‘rapper’ em Portugal, depois de se ter estreado em 2014 no Primavera Sound. “To Pimp a Butterfly” foi anunciado em 2015, naquele que constituiu um ano sensacional para o californiano.

No mesmo palco, dá-se espaço à música portuguesa com Orelha Negra. Cruzfader, Sam The Kid, Fred Ferreira, Francisco Rebelo e João Gomes prometem apresentar os temas mais recentes a todos os fãs de hip-hop.

Capicua e GNR são outros nomes portugueses que marcam o último dia. No palco EDP, esperam-se também FIDLAR, Kelela e The Parrots. Ao palco Calsberg sobe DJ Ride, que promete animar o público com hits do dubstep ao hip-hop.

Villangers, Petit Noir e FIDLAR vão também atuar no Super Bock Super. Os Villangers são os primeiros a atuar no palco EDP. Petite Noir vai apresentar-se a 15 de julho enquanto que a banda norte-americana FIDLAR vai atuar no último dia do festival.

Os Disclosure entram em palco a 14 de julho. A banda dos irmãos Guy e Howard Lawrence voltam ao SBSR para apresentar Caracal, o seu álbum mais recente.

Os Massive Attack vão também marcar presença na edição 2016 e vão atuar juntamente com os Young Fathers. A banda britânica deverá ser cabeça de cartaz no dia 15 de julho, dia para qual já estão confirmados os Bloc Party e Mac DeMarco.

Quanto custa?

O passe geral e os bilhetes diários custam 95 e 50 euros, respetivamente. Sem variações face a 2015, os bilhetes para a vigésima segunda edição do Super Rock já estão disponíveis na Blueticket e nos locais habituais.

Apesar de não incluir campismo, há uma considerável diversidade de oferta para alojamento. A rede do metropolitano de Lisboa é o meio de transporte mais utilizado pelos festivaleiros, a partir da Gare do Oriente.

O que esperar?

2015 marcou o regresso do SBSR à cidade. Duas décadas depois da primeira edição, milhares de festivaleiros desfrutaram da fusão de espaços fechados e abertos. Condições que emolduraram dezenas de concertos ocorridos no Parque das Nações entre 17 e 19 de julho. De Sting aos Blur, passando por Noel Gallagher. Sem esquecer Florence + The Machine, que fechou em grande o palco principal com um concerto absolutamente arrebatador.

Tal como no ano passado, em 2016 vão existir quatro palcos com características próprias. O da Antena 3 está completamente reservado para artistas nacionais. O local para os cabeça-de-cartaz é o grande palco Super Bock. O da música eletrónica é o Carlsberg. Por fim, a mistura entre o rock e o folk, o eletro e o pop ocorre no palco EDP. Luís Montez, da MnC, assegura que o objetivo para 2016 “é alargar o recinto para mais junto do rio”. Vinte e um anos depois, é tempo de olhar em frente. O pó e a praia ficaram para trás. A organização destaca agora a melhoria dos acessos, os transportes públicos (metro, autocarro e comboio) e a proximidade do aeroporto.

Textos, pesquisa e infografia: Alunos das turmas 3, 4 e 5 do 2º ano de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto
Edição: Filipa Silva

Artigo atualizado às 13h37 do dia 11 de abril de 2016 com as mais recentes confirmações