O Instituto Politécnico do Porto (IPP) vai sofrer uma reestruturação, prevista já em 2014, ao nível da oferta formativa e reorganização das suas escolas. A reforma do Politécnico foi, na quarta-feira, discutida e aprovada por unanimidade pelo Conselho Geral da instituição, constituído por 35 membros, entre os quais docentes e não docentes, estudantes e entidades externas.

O principal objetivo passa por reforçar os oito “clusters” identificados pela instituição como prioritários e de referência para o ensino e formação, investigação e transferência de tecnologia e conhecimento. Assim, a aposta de reorientação estratégica das escolas e oferta de cursos apoia-se nas áreas da Engenharia, Ciências Empresariais, Educação, Saúde, Tecnologia e Gestão, Hotelaria e Turismo e Artes.

O que vai mudar

A reorganização do Politécnico do Porto prevê o nascimento de duas escolas no pólo de Vila do Conde/Póvoa de Varzim. A Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (ESEIG) vai dar lugar à Escola Superior de Hotelaria e Turismo e à Escola Superior de Media e Design. Com esta nova configuração, os cursos de Gestão Industrial e Engenharia Biomédica vão ser transferidos para o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), onde já se encontrava, há cerca de um ano, o curso de Engenharia Mecânica.

Para além dos cursos ligados à engenharia, há ainda outros afetados. Os cursos de Recursos Humanos e Ciências e Tecnologias da Documentação e Informação vão passar a integrar o Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP). Diogo Peixoto, presidente da Associação de Estudantes do ESEIG (AEESEIG), admite que a transformação da escola de Vila do Conde em dois novos pólos divide opiniões entre os alunos.

“Grande parte dos alunos, principalmente dos primeiros anos, queria realmente que isto acontecesse. Para eles há grande vantagem no futuro académico porque veem que a oferta formativa que vão ter é muito melhor do que tinham na ESEIG”, indica Diogo Peixoto ao JPN. No entanto confessa que este é um “processo delicado” e que os mais descontentes são os finalistas e ex-alunos, que olham para a reestruturação com alguma preocupação no que diz respeito à entrada ao mercado de trabalho.

Apesar das diferentes opiniões, o dirigente associativo é claro: o dever da associação é defender o interesse dos alunos e garantir que nenhum deles saia prejudicado. Para isso, espera que o Politécnico “disponibilize todos os meios precisos”. O Politécnico do Porto garante que o processo será feito de forma gradual, com a criação de comissões especializadas de transição.

Diogo Peixoto questiona apenas a reestruturação da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras (ESTGF) que, na sua opinião, devia ser mais profunda. No que toca às restantes direções associativas, Diogo Peixoto afirma que “estão solidárias com a ESEIG” e dispostas a ajudar os alunos no que for necessário.

Com esta reorganização vão ser descontinuados dois cursos e vão ser criados três novos. Mais de uma dezena vão ser reestruturados e vão passar a existir oito escolas. O reposicionamento do IPP na rede de ensino superior nacional e internacional respeita critérios como “a concentração da massa crítica”, a “consolidação do corpo docente”, o “reforço no modelo formativo”, mais pragmático, distintivo e eficaz na sua gestão.