“A escola do Cerco é um bom exemplo de escola pública requalificada”, defendeu esta manhã Catarina Martins, em visita à Escola Básica e Secundária do Cerco. A porta-voz do Bloco de Esquerda considerou que “não faz sentido retirar crianças à escola pública para irem para escolas privadas com o Estado a pagar”.

Visita da líder do Bloco de Esquerda à Escola do Cerco

Visita da líder do Bloco de Esquerda à Escola Básica e Secundária do Cerco

Catarina Martins criticou os contratos de associação – turmas que funcionam em colégios privados financiadas pelo Ministério da Educação. As críticas estendem-se às contratualizações com os privados, feitas pelo antigo Governo. A responsável destacou a urgência de proteger a escola pública. Para o efeito, a líder do Bloco defendeu que no Orçamento de Estado deve constar mais apoio social aos jovens e crianças, assim como um reforço do abono de família. Uma das medidas propostas pelo Bloco passa por “deixar de premiar as escolas privadas”.

Com este objetivo, Catarina Martins propôs um valor fixo para as deduções de educação no IRS, de forma a que quem ganha mais possa deduzir o mesmo valor de quem ganha menos. A porta-voz do Bloco defende esta “medida de justiça no IRS”, que consta no Orçamento de Estado de 2016. A medida é discutida até dia 4 de março.

A bloquista saúda a proposta da Assembleia da República de realização de um relatório sobre as necessidades da escola pública, elevando as críticas ao Governo de Passos Coelho por falta de análise sobre o ensino público.

Visita da líder do Bloco de Esquerda à Escola do Cerco

Catarina Martins e José Soeiro conversam com o diretor do Agrupamento de Escolas do Cerco

A líder do Bloco de Esquerda defendeu que a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais no serviço público e privado pode beneficiar os alunos. Esta medida permitiria que os filhos estivessem menos horas na escola, contrariando a proposta do PS de aumento do horário escolar até às 19:30h. “Não podemos ter os pais a trabalhar mais horas e com as crianças na escola mais horas. Não é futuro para ninguém. Não é futuro para o país”.

Catarina Martins acrescenta que a escola pública deve estar preparada para responder às necessidades de famílias com horários alargados e mais carenciadas. “No entanto, isto não é uma regra, deve ser exceção”, defendeu esta manhã.

Visita da líder do Bloco de Esquerda à Escola do Cerco

A música é uma componente letiva importante no ensino básico no Cerco

O diretor do Agrupamento de Escolas do Cerco considerou o alargamento do horários escolar “uma medida boa”, mas questionou a existência de meios nas escolas. Manuel Oliveira defendeu uma aposta no desporto e música como atividades “estruturantes” no preenchimento da carga horária. Parte do esforço financeiro poderia ser suportado pelas famílias, defendeu.

A visita terminou com a proposta de Catarina Martins de reunir os estudantes do Cerco e outras escolas próximas numa assembleia para discutir as reivindicações dos alunos. Durante a tarde, o deputado bloquista José Soeiro reunir com os alunos da Escola do Cerco.