O alargamento da linha do Metro do Porto “é uma justa aspiração de muitas populações do distrito do Porto há já vários anos”, lê-se na abertura do Projeto de Resolução do PCP, publicado na passada quarta-feira.

A intervenção do PCP nesta matéria não é nova: em 2015, foi apresentado um Projeto de Resolução para a construção da extensão que visava dar continuidade àquele que foi entregue 2012. A proposta foi chumbada pela maioria PSD/CDS e pelo PS, que “não votou a favor da construção da linha com o prazo do primeiro semestre de 2016 porque achou que era um prazo muito curto para a sua concretização”, afirma Diana Ferreira, deputada do PCP, ao JPN.

O mais recente projeto de resolução difere dos anteriores em dois pontos: no alargamento do prazo da extensão da rede em dois anos, para 2017, e na inclusão das linhas para o centro de Gondomar e para Vila D’Este, em Vila Nova de Gaia.

Há 14 anos que a população da Trofa aguarda pelo metro. Em Gondomar e em Vila D’Este, a espera prolonga-se há dez anos.

Foi em 2002 que a Trofa e a Póvoa de Varzim viram ser encerradas as linhas ferroviárias da CP. A promessa era construir uma linha de metro sobre o ramal já existente, substituindo os comboios. Mas, se no caso da Póvoa de Varzim a promessa foi cumprida, no caso da Trofa, a população viu-se sem comboio e, até hoje, sem metro.

Das quatro linhas que compunham a primeira fase do Metro do Porto, apenas a Linha C (verde), que liga Campanhã ao ISMAI, viu o seu projeto inacabado – a previsão inicial era concluir a linha até ao centro da Trofa. Também duas linhas que não faziam parte da primeira fase da rede foram alargadas (E e F) e concluídas antes da Linha Verde. Diana Ferreira afirma que a responsabilidade é dos “governos que estiveram no poder nos últimos anos, nomeadamente aqueles que não foram cumprindo o plano da linha do Metro do Porto.”

A construção do prolongamento da Linha C até à Trofa foi confirmada várias vezes e, em 2009, chegou a ser lançado um concurso. Mas, quando em 2010 é invocada, pela Administração da Metro do Porto, a necessidade de novos estudos, o projeto é anulado, ficando “clara a vontade de “enterrar” o projeto de construção da extensão da linha C”, considera o PCP.

O Projeto de Resolução refere ainda que, no caso de Vila D’Este, o prolongamento do metro significa “garantir a mobilidade para as mais de 17 mil pessoas”. Para Gondomar, um dos principais polos urbanos do distrito do Porto, a extensão é igualmente fundamental, já que “contribuiria para a dinamização da economia local.”

O PCP tem estado presente com as populações em várias ações de reivindicação e, dependendo do resultado da mais recente iniciativa parlamentar, analisará de que forma é que vai intervir.