O Conselho Regional da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) decidiu esta quinta-feira, por unanimidade, apelar à intervenção do Governo nas decisões da TAP, especificamente no que diz respeito ao cancelamento de rotas a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
Na reunião da Comissão Permanente do CCDR-N foi lavrada uma Proposta de Tomada de Posição sobre o Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Após a reunião, pelas 18 horas, Paulo Cunha, presidente do Conselho Regional do Norte, falou aos jornalistas. “Vamos dirigir missivas à Comissão Executiva e ao Conselho de Administração da TAP e também ao primeiro-ministro de Portugal com o objetivo de promover um conjunto de reuniões para dar contributos do Norte para a decisão nacional, à semelhança do que o Norte tem feito para o país”, anunciou Paulo Cunha, também presidente da Câmara Municipal de Famalicão.
O encontro contou com a presença dos autarcas da Maia, Matosinhos e Porto, presidentes das comunidades intermunicipais da região e da Área Metropolitana do Porto, a Entidade Regional de Turismo Porto e Norte e representantes do tecido empresarial da região.
O responsável acusou a TAP de “secundarizar o Aeroporto Francisco Sá Carneiro em favor do Aeroporto da Portela”. Por outro lado, revelou que, apesar do desinvestimento da TAP, o número de transportadoras aéreas a operar no Porto vai aumentar: “Neste momento, operam no Aeroporto Francisco Sá Carneiro 20 companhias aéreas e esse número vai aumentar para 22. Não há uma diminuição de companhias a operar no aeroporto, há um aumento”, vincou.
Defesa do aeroporto não põe em causa relação Porto-Lisboa
O presidente do Conselho Regional do Norte deixou claro que “não está em causa uma relação entre Porto e Lisboa”, mas “uma decisão que, afetando o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, vai afetar todo o país porque vai ter um impacto negativo na vocação exportadora e na promoção do Turismo”.
Assim sendo, o “Norte” mostra-se disponível para “dar contributos para melhorar a decisão” que “não afeta a região, mas o país”. Por esta razão, o ponto 3 da referida proposta de tomada de posição apoia a sensibilização do Governo e da administração da TAP para que a companhia “seja posicionada como um ativo de interesse e ao serviço da coesão nacional, enquanto ‘companhia de bandeira’, que é geradora de consensos e mais-valias para todos […] manifestando frontal discordância perante as decisões anunciadas”.
O Conselho Regional do Norte agendou nova reunião do organismo para o início do mês de abril para “avaliar a evolução da situação e decidir medidas a adotar”. Este encontro vai assim acontecer já depois da suspensão das rotas internacionais do Porto para Milão, Barcelona, Madrid e Bruxelas, marcada para o dia 27 de março.
Artigo editado por Filipa Silva