Portugal é o 14º país mais digitalizado da União Europeia (UE). Os dados são do Índice de Digitalidade da Economia e Sociedade da Comissão Europeia, que pretende avaliar a competitividade da digitalização entre os países da UE.

Este ano, Portugal foi o segundo país que mais cresceu, com uma classificação global de 0,53 pontos (de 0 a 1), ligeiramente acima dos 0,52 pontos da média europeia. Em 2015, foi o 16.º país do “ranking”, com 0,49 pontos.

Portugal é, atrás da Croácia, o país que mais evoluiu nesta área. Esta posição resulta do trabalho desenvolvido na área. Segundo António Coelho, a classificação é o resultado de “um esforço que tem vindo a ser vincado há várias décadas” e de “vários investimentos que foram feitos na área da sociedade digital”.

Exemplo disso é o “e-fatura”. Apesar do portal ter vindo a ser alvo de algumas críticas, o presidente da comissão científica do Programa Doutoral em Medias Digitais na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) garante que são apenas “problemas de crescimento” e que este é o caminho a seguir.

Uma das conclusões do índice é a pouca integração da tecnologia digital no mundo dos negócios. No entanto, para António Coelho, “Portugal tem um tecido industrial um bocado diferente dos outros países”, motivo pelo qual se deve fazer uma distinção entre indústria moderna e tradicional. “Por um lado temos as empresas tecnológicas, que apostam sobretudo na internacionalização e na tecnologia digital. Mas também temos uma indústria tradicional, que também tem de evoluir mas que tem outras velocidades e outros mercados”, explana ao JPN.

Apesar do crescimento, Portugal e a Europa no geral, estão ainda longe das grandes potências mundiais. “Face a outros países como o Japão e Estados Unidos, a Europa ainda devia crescer um pouco mais”, remata António Coelho. Ainda assim, o resultado “é positivo”.

Na opinião do especialista em Medias Digitais, para atingir um nível superior, é imperativo combater a iliteracia digital, nomeadamente, entre “as pessoas de maior idade”. Para isso, sugere a criação de “programas que fomentem o crescimento da literacia digital”, com recurso ao grande número de professores que se encontram desempregados.

Como já é habitual, os países nórdicos dominaram o “ranking”. No pódio estão a Dinamarca, os Países Baixos e a Suécia. A fechar a tabela estão a Roménia, a Bulgária e a Grécia.

 

Artigo editado por Sara Gerivaz